Num desses bate-papos virtuais com Paulo Rogério, me veio a idéia de expor um pouco da realidade dos negros da minha segunda pátria, a Alemanha (daí surgiu o convite para este blog, pelo qual eu fico muito feliz). Pois geralmente, quando se ouve falar dela, pipocam-se do imaginário coletivo os famosos clichês de soldados fardados empunhado bandeiras com símbolos nazistas e gritando “Sieg Heil!“… das câmaras de gás… dos coturnos com manchas de coágulos… e por aí vai.
Mas da realidade dos afro-alemães pouco se é contextualizado no panorama internacional, ou, pelo menos, não vejo tanto empenho e paixão em se retratar algo além dos típicos filmes em preto em branco que a indústria hollywoodiana kosher faz questão de perpetuar. E, embora as lutas de cunho sócio-racial dos negros aqui tenham caráter semelhante às nossas brasileiras, o fato deste país ter tido uma história de relações coloniais com a África quase radicalmente distinta da nossa, faz essa tarefa tanto mais desafiadora quanto gostosa.
Entretanto, não tenho a pretensão de querer ser o ombudsman ou o repórter da última hora dos Afrodeutschen… tampouco de nós, dos Afrodeutschbrasilianern (que tal irmos nos acostumando com as palavras enormes desta língua? rsrs). Oder doch… talvez sim. Quem sabe? Veremos. 😉
O que importa agora é que a partir de meu olhar afro-brasileiro, de meu esporte intelectual preferido: a crônica; e sobretudo de minhas vivências no campo artístico e social (às quais darei uma ênfase especial) está sendo um imenso prazer e uma grande honra poder contribuir com o novo portal do Correio Nagô.
Então… inté mais, ou, bis bald!
