Identidades Transatlânticas completa um mês de residência em New York
A jornalista Camila de Moraes, da revista eletrônica Acho Digno, pesquisa sobre a mídia negra em Nova Iorque
A revista ‘Acho Digno’ recebeu o mérito pelo seu projeto Identidades Transatlânticas contemplado no Edital de Mobilidade Artística da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult) que trouxe para o veiculo a oportunidade de uma residência em Nova Iorque (EUA) gerando uma pesquisa sobre os veículos de comunicação e a contribuição que oferece para a construção da sociedade. Os distritos do Bronx, Brooklyn e Harlem foram selecionados para essa busca.
Esse ato gerou uma grande satisfação para a fundadora da revista Camila de Moraes que permanece no país há um mês. O intuito desse projeto é poder ser capaz de destrinchar os acontecimentos do ocidente negro para além das fronteiras territoriais e conseguir dialogar como bons aliados nesse mundo de cultura digital.
Para Camila nesse período de experiência “está sendo possível perceber que a mídia negra de New York tem uma forte inserção no mercado, o que lhes garantem periodicidade e, assim, formam uma comunidade consumidora de informação e com poder aquisitivo”. A jornalista também sugere a necessidade de construção de uma imprensa negra, no Brasil, de mercado e sustentável, portanto, “participar deste intercâmbio, realizando esta pesquisa artístico cultural, é mais uma forma de poder continuar o diálogo entre as comunidades afro brasileira e afro estadunidense”.
Além das edições internacionais da revista, no retorno da jornalista para o Brasil, será realizado em Salvador, uma oficina de comunicação e compartilhamento dessa experiência para jovens e novos comunicadores. Além do projeto, Camila foi convidada ainda nos Estados Unidos para ser correspondente internacional do jornal Nação Z que é um meio de comunicação voltado para a divulgação das manifestações culturais afro-brasileiras.
Segundo dados, a maioria das grandes editoras de revistas dos Estados Unidos estão sediadas em New York. É a cidade que possui mais editoras e agências de publicidade do país. É identificada como uma cidade altamente ativa e multicultural. Quando se trata de mídia negra, de acordo com Camila de Moraes, é possível perceber que fizeram dessa oportunidade um grande mercado financeiro e de grande potencial. “As publicações daqui souberam acompanhar e pautar a constante evolução da sociedade, interpretando o mundo moderno do seu público sem subestimá-los. Aqui não tem essa história de imprensa negra alternativa. Nada é alternativo. É preciso parar de usar esse termo”, conclui.
No dia 17 de junho, a Casa do Mídia Étnica, em Salvador, sediou o lançamento da 9ª edição da revista Acho Digno. Relembre esse momento em um vídeo exclusivo da TV Correio Nagô.
