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    Pérola Mista: entrevista com Carlinhos Brown

    Correio NagôBy Correio Nagô4 de novembro de 2016Updated:5 de novembro de 2016Nenhum comentário4 Mins Read
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    brown-foto-imas-pereira
    Foto Imas Pereira

    Neste final de semana, dias 05 e 06 de novembro, acontece a terceira edição do projeto Pérolas Mistas, idealizado por Carlinhos Brown, e que reúne, além do Cacique do Candeal, o cantor Lazzo Matumbi e as cantoras Ellen Oléria e Larissa Luz, que estreia nesta nova edição do show que celebra a cultura afro-brasileira e baiana. Os artistas serão acompanhados pela Orquestra de Câmara de Salvador e terão o público proporcionado pela Concha Acústica do TCA.

    Será mais uma oportunidade para conferir mais uma criação da genialidade de Brown em absorver as referências culturais da Bahia, transformando em produtos acessíveis a todos. E mais uma vez, o artista aposta na mistura. A sonoridade da orquestra com a batida dos blocos afro e afoxés, além das vozes dos artistas negros em músicas do cancioneiro popular afro-brasileiro. Para Brown, a Bahia e o Brasil formam um novo Olimpo, onde as energias se misturam, as melodias e as canções estão nas ruas, nas esquinas e estão dizendo coisas.

    “Não poderia ser diferente numa cidade onde tudo se confunde: céus, mar, terra, a espiritualidade, o jeito de ser. Isso faz com que as pessoas sintam a grandeza de ser baiano e agradeçam sempre”, declarou o artista ao portal Correio Nagô, durante a passagem da turnê do show ‘Antônio Carlos Brown – Um popular brasileiro’, apresentado em outubro, no Teatro Castro Alves. Na oportunidade, Brown agradeceu aos seus contemporâneos por terem trazido ao mundo, ou melhor, por fazerem renascer, “a intuição da força que nós chamamos de Axé”.

    Confira a entrevista de Brown a Anaildes Negreiros, exclusivo para o Correio Nagô, na qual Brown fala sobre a situação da comunidade negra e, em especial, da vulnerabilidade dos jovens negros.

    Aos 54 anos, o artista relata que nasceu abaixo da linha da pobreza e que não foi à escola como deveria. Mas afirma que escolheu ser um rebelde. Um rebelde no sentido de aprender a viver, não morrer na estatística da sua geração, intitulada na época como geração Pixote, onde a média da expectativa de vida dos jovens era de 21 anos. “O que nós temos como herança cultural negra é mais forte do que as coisas que andamos buscando nos outros”.


    brown-foto-divulgacao

    Correio Nagô: Como você se sente sendo uma referência de artista negro na mídia brasileira, que oferece poucas referências negras à juventude?

    Carlinhos Brown: Eu não me considero uma referência. Na verdade, a cultura negra é a referência, não o indivíduo.  E isso porque o negro, ele não sabe se referir, nem fazer referência. Exemplo são as nossas passeatas que estão vazias, os negros se candidatam e ninguém vota.  Vejo a cultura negra como algo muito rico e disperso, pois o povo não tem a confiança que é necessária, as pessoas não confiam em si, em seu potencial. Falta nas pessoas um autoreconhecimento, uma autoreferenciação. Pois, o que nós temos como herança cultural negra é mais forte do que as coisas que andamos buscando nos outros

    CN: O que você pensa sobre os diversos talentos jovens que são mortos diariamente por conta do genocídio no Brasil?

    CB: A questão da mortandade vinda pela violência está muito associada a um sistema excludente e, sobretudo, a uma falta de educação e formação. E uma dispersão também da sociedade. Nós estamos elegendo pessoas erradas para nos liderar. Porque cometem os mesmos erros do colonizador. Eu não quero me parecer com o colonizador! Eu venho da cultura Mahin, Ijexá, de nobreza. E nobreza significa respeitar o outro, respeitar os mais velhos, saber usar de tudo que o mundo tem mas, com dignidade, com respeito ao ser humano. Busquei criar caminhos de alertas e soluções desde o início. Desde que me propus a construir o Axé Music, criei escolas, formação e não vim sozinho. Estava ao lado de Neguinho do Samba, de Alberto Pita e outros. As pessoas estão muito desacreditadas e por isso recebem o doce da colonização. O mesmo nome que é dado pra bala que adoça a boca é dado para a bala de matar. E é esse doce que não nos interessa.  Está muito em nós, em observar o que os pais querem nos dizer, em observar que o tênis bonito, as joias e tudo que não vai nos pertencer realmente não nos pertence. Mas, se nós realmente quisermos, faremos disso uma conquista.

    CN: Qual palavra de incentivo você deixa para os jovens que têm interesse em artes, mas encontram dificuldades?

    CB: Meter as caras. Existem hoje Ongs e, em cada canto da Bahia, existe alguém ensinando. É necessário acreditar em si e no arte educador mais que na internet.

    Confira aqui a matéria de Anaildes Negreiros sobre o show ‘Antônio Carlos Brown – Um popular brasileiro’.

    Carlinhos Brown Ellen Oleria Larissa Luz Lazzo matumbi música negra Pérolas Mistas TCA
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