12/07/2018 | às 16h05
O espetáculo En(Cruz)Ilhada, de Leno Sacramento, completou um ano, com duas apresentações no último fim de semana, no Teatro Vila Velha. O monólogo discute vários temas sensíveis à comunidade negra, como o genocídio. En(Cruz)Ilhada mostra a vítima sendo conduzida a várias formas de morte e, de fato, numa encruzilhada.
O episódio recente de violência, no qual o ator Leno Sacramento foi baleado por um policial, é também pautado. “Quando eu faço um ano [de espetáculo], eu tomo um tiro. E no espetáculo falamos sobre isso”, afirma Leno em entrevista ao Portal Correio Nagô. Ele ressalta também que é um ano de resistência e sem apoio: “quase nada a comemorar”.
O ator do Bando de Teatro Olodum conta que está fisicamente melhorando após o acontecimento, porém se encontra psicologicamente abalado. Além disso, Leno Sacramento desabafa sobre 12 meses atrás, quando ele vinha entrando em contato com a imprensa para falar sobre o espetáculo, mas foi preciso de uma bala para todos lhe darem atenção. “É preciso investir na cultura para diminuir a bala”, declara o ator, que questiona o por quê de a imprensa não divulgar a cultura da arte.
Nos dias 06 e 07 de julho, o ator Leno Sacramento dividiu o palco com Aldri Anunciação, Anderson Dantas, Angelo Flávio, Cleifson Dias, Heraldo de Deus e Valdineia Soriano; e contou com poesia final ao vivo com o poeta Nelson Maca.
Novo espetáculo
Leno Sacramento revela com exclusividade ao Correio Nagô que há um novo espetáculo saindo do forno. “Nas Encruzas” será também um monólogo e irá falar de racismo e outros tipos de discriminação, como intolerância e homofobia.
Veja entrevista concedida à TV Correio Nagô
Ashley Malia é repórter-estagiária do Portal Correio Nagô
Com a supervisão de Donminique Azevedo
