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    Pesquisadores e estudantes enfrentam estruturas que desencorajam negros às ciências

    Paulo RogerioBy Paulo Rogerio19 de fevereiro de 2019Updated:30 de abril de 2019Nenhum comentário5 Mins Read
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    Foi Imhotep, há 3000 a.c, que construiu a pirâmide de Djoser, segunda pirâmide documentada no antigo Egito. Arquiteto e engenheiro, Imhotep era também um médico renomado à época, antes mesmo da célebre frase “eureca” ser dita por Arquimedes, na Grécia antiga, e deste ser considerado um dos grandes cientistas da humanidade

    Narrativas como estas acirram lugares representativos para negros e brancos, que na contemporaneidade enfrentam o racismo que estrutura a sociedade. “Eu acho uma glória que negras e negros estejam na ciência, isso me dá esperança que a ciência um dia seja usada para melhorar a vida das pessoas”, declara a física Sônia Guimarães.

    Sônia é a primeira negra brasileira doutora em Física pela University of Mancherster Institute of Science and Technology (UMIST) e há 24 anos compõe o corpo docente do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Para a doutora, negros e negras são desencorajadas às áreas das exatas por diversos fatores.

    “Há uma ideia de ameaça à hegemonia branca nas academias”, avalia. A professora conta que no ITA passou por diversas tentativas de descaracterização por ser negra. “Me impediram de ir à África do Sul fazer encapsulamento de sensores de radiação vermelha. Quando encerraram minha pesquisa, sem o procedimento, de nada valia”, descreve Sônia.

    Primeira negra brasileira doutora pelo UMIST, Sônia Guimarães é também a primeira professora negra do ITA

    Ciências e comunidade

    No começo deste mês, Sônia se reuniu com estudantes e pesquisadores negros na Universidade Federal da Bahia (UFBA) para pensar ações que busquem fortalecê-los e capacitá-los metodologicamente em pesquisas. “As palavras que desencorajam é o que me mantém na academia”, afirma Robson Sousa, um dos organizadores do projeto.

    O estudante de Ciência da Computação é remanescente do Quilombo do Furadinho, comunidade rural de Vitória da Conquista. Robson planeja em dez anos compor o corpo docente da UFBA e ter em sua sala muitos estudantes negros e quilombolas. “Eu comecei a usar como estratégia a ideia de que se eu saísse [da universidade] outro preto ou quilombola teria de começar do zero”, relata.

    Robson Sousa nasceu em uma comunidade remanescente de quilombo. É estudante de Ciência da Computação e pretende se tornar professor universitário.

    “Não é um pensamento só para mim, mas um pensamento de comunidade”, complementa o estudante. Robson conta que já ouviu perguntas como “por que quilombola quer fazer ciências?”. O estudante pretende usar as ciências para transformação social. “Meu objetivo em Ciência da Computação é utilizar as técnicas para resolução de problemas sociais”, ressalta.

    Para Sônia Guimarães, muitos jovens pesquisadores e estudantes das ciências passam por situações que os desestimulam por apontar impossibilidades. “É uma perspectiva de ações frustrantes que pode levar a condições insustentáveis. É necessário que haja a união desses estudantes para denunciar atos racistas”, aponta.

    Pretinh@s notáveis, grandes desafios

    Fortalecer a presença negra nas ciências e na tecnologia é um dos objetivos do Mídia Étnica Lab, do Instituto Mídia Étnica

     

    Muitas pesquisas sobre a infância apontam o estágio como o momento para a criatividade e a inovação em que despontam futuros cientistas. No entanto, as demarcações do racismo são apresentadas, causando distanciamento desta área do conhecimento. A pedagoga Ka Menezes, que integra o Raul Hacker Club, primeiro espaço hacker de Salvador, e também desenvolveu o projeto “Crianças Hackers”, relata situações de desestímulo às crianças negras.

    “Quando eu levei o projeto para espaço público as piores facetas do racismo se mostraram para mim”, conta. Por ser uma mulher negra pouco retinta, a pedagoga conta que não percebia como o racismo atuava em seu dia a dia. “Quando o trabalho começou a ser ampliado para crianças de comunidade, começaram a taxar o meu trabalho como de caridade, e eu atribuo isso ao fato de ter muitas crianças negras”, narra.

    “Nossa primeira turma que seguiu no projeto era formada por crianças da comunidade de São Lázaro. Pense o convívio deles com uma maioria de crianças brancas”. A pedagoga relata que as crianças negras estavam sempre em menor quantidade. “A dificuldade de acesso a informações específicas ou condições financeiras de seus pais são pontos que distanciam essas crianças, inclusive de meninas negras”, aponta a pedagoga.

    Entretanto, a pedagoga conta que as poucas crianças negras que fizeram parte do projeto se revelavam como cientistas natos. “Tínhamos uma garota mesmo que ela se destacava na turma e vinha de um contexto comunitário que não tinha muito suporte técnico, além de ser bastante carismática e dedicada”, narra com ânimo a pedagoga.

    Confira o que rolou na primeira maratona de Tecnologia e Inovação da Ocupação Afro.Futurista, em matéria do Correio Nagô, Clique Aqui

    Abaixo, um vídeo da TV Correio Nagô sobre a maratona

     

    Texto: Marcelo Ricardo, repórter-estagiário do Correio Nagô

    Sob supervisão de André Santana (jornalista DRT BA 2226)

    Texto publicado em 21 de fevereiro de 2019

     

    Afro Hacker afrofuturismo ciência Crianças Hackers Imhotep ITA MIT negro e ciência tecnologia
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