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    Home»Blog»Candomblé perde um dos seus maiores defensores: Jaime Sodré
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    Candomblé perde um dos seus maiores defensores: Jaime Sodré

    Correio NagôBy Correio Nagô7 de agosto de 2020Updated:7 de agosto de 2020Nenhum comentário6 Mins Read
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    Com múltiplos talentos, Jaime Sodré era músico, compositor, professor, pesquisador e defensor da cultura negra.

    Morreu nesta quinta-feira, 06/08, por volta do meio-dia, o escritor, músico e artista plástico Jaime Sodré, aos 73 anos, após sofrer um infarto em sua residência, em Salvador. Licenciado em Desenho e Plástica pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestre em Teoria e História da Arte pela mesma instituição, e doutor em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), instituição na qual foi professor por 34 anos. Era viúvo, pai de Jamile Sodré e Ravi Sodré e avô de cinco netos.

    Professor Jaime, como era respeitosamente chamado, era um defensor do candomblé. Filho do Nkisi Lemba, tinha o cargo de tata xincarongoma (sacerdote músico) no Tanuri Junçara e oloê (amigo e conselheiro) no Zoogodô Bogum Malê Rundó, ambos terreiros de candomblé do Engenho Velho da Federação, na capital baiana.

    Ogã de Excelência

    “Um amigo do povo de candomblé da Bahia, um homem de fé e um dedicado amigo”. Foi assim que definiu o doutor em antropologia e ogã de Xangô do Terreiro do Cobre, Valdélio Santos. “Jaime Sodré era uma pessoa generosa, uma pessoa de luz e de coração aberto. Era um dedicado ogã e tinha uma enorme responsabilidade com as múltiplas atividades que desenvolvia, como professor da Uneb, artista, compositor, um homem dedicado às artes. Um intelectual negro comprometido com o que há de mais especial que são nossas tradições ancestrais, nossas tradições culturais africanas e afro-brasileiras”, destacou Valdélio que também é professor da Uneb.    

    A pedagoga Jandira Mawusi, ekede do Zoogodô Bogum Malê Rundó, disse que o professor Jaime Sodré era um grande amigo da matriarca do terreiro, Mãe Nicinha e da atual líder, a Naadoji Índia e ressaltou sua importância na luta contra o ódio religioso. “Todos os anos, o ogã Jaime era quem levava, em seu carro, os santos São Bartolomeu e São Lázaro para a missa de Becém. Ele chegava cedo, todo de branco, ao lado da esposa, ekede Lúcia”, lembra.  Jandira elogiou também a forma como Jaime Sodré sabia reverenciar as mulheres de candomblé. “O terreiro do Bogum está de luto, a família de Becém e a Vodun Naadoji estão em luto porque perdemos esse baobá, esse professor, esse amigo. Um homem de sabedoria e um ogã de excelência”.

    Jaime Sodré e Naadoji Índia, líder do Terreiro do Bogum, em 2012

    Sempre solícito

    Pesquisador e defensor da arte e da cultura negras e das religiões de matriz africana, professor Jaime era também muito preocupado com a forma como essas temáticas eram abordadas pelos meios de comunicação, por isso era sempre muito solícito para entrevistas e para tirar dúvidas de jornalistas sobre os temas de interesse da população negra. Era sempre convidados, em festas populares e no carnaval, para explicar e destacar a contribuição negra para a cultura da Bahia.

    No mês de julho, por exemplo, participou de um debate no programa Roda Baiana, apresentado por Fernando Guerreiro e André Simões na Rádio Metrópole, sobre a necessidade de monumentos em homenagem a personalidades históricas negras e exigiu uma maior atenção das autoridades para os poucos bustos existentes em Salvador em memória de líderes religiosas do Candomblé.

    “O professor Jaime foi uma grande inspiração para nossa geração. Sua dedicação com nossa história e a forma única que ele tinha para nos ensinar sobre nossa cultura e religiosidade fará falta para todos e todas nós. Ele era realmente um verdadeiro griô”, definiu o publicitário Paulo Rogério Nunes, da Aceleradora Vale do Dendê.

    “No momento da criação do Instituto Mídia Étnica, em 2005, ele foi um dos primeiros apoiadores e conselheiros. Sempre entendeu a importância da comunicação para contar nossa memória e sempre esteve disponível para entrevistas e conversas”, pontuou Paulo.

    Livros

    Jaime escreveu livros como “Da cor da noite”, junto com Nivalda Costa, “Manuel Querino: um herói da raça e classe”, “A Influência da Religião Afro-Brasileira na Obra Escultórica do Mestre Didi”, resultado da sua pesquisa de mestrado; “As histórias de Lokoirokotempo” e “Da diabolização à divinização: a criação do senso comum”, lançado em 2010, Editora da EDUFBA.

    Na última participação no Roda Baiana, o professor Jaime falou aos ouvintes que a convivência com os netos estava resultando em muitos aprendizados novos e o incentivando a escrita de livros infantis, sua nova aposta literária.   

    O enterro do professor Jaime Sodré será nesta sexta-feira (07/08), às 10h, no Cemitério Jardim da Saudade. Por conta do protocolo, orientações e medidas de distanciamento, a cerimônia será restrita a familiares.

    Texto: André Santana, publicado em 06/08/2020

    Leia abaixo a mensagem do radialista Hamilton Oliveira, o DJ Branco, sobre o mestre Jaime Sodré

    Meu pai Jaime Sodré cumpriu sua missão no Aiyê e foi para Orum.
    Sim, um pai que ganhei nessa vida, porque ele sempre me chamou de filho, “Você é meu filho e dona Lúcia é sua mãe – sua ex-esposa”. Assim ele me apresentava para as pessoas .

    Muitos conselhos religiosos: “meu filho, eu estou vendo que o orixá tá cobrando, ele tá pedindo que você faça logo o santo. Porque não fez ainda?”, e conselhos de vida meu pai me deu. Muitas conversas, muitos incentivos, muitos puxões de orelhas de forma carinhosa, coisa de pai que cuida. O destino fez mais, permitiu minha entrada na família, me tornando além de filho, hoje, meu sogro.

    Eu olhava pra Jaime e via uma entidade, um orixá em terra, escutava tudo com muita atenção e seguia todas as orientações desse ser visionário, e ele sorria e pedia para eu prometer que iria cumprir, e é claro que eu prometia e cumpria, ele me parabenizava .

    Dr° Jaime Sodré sempre foi um pai que não tive.

    Descanse em paz meu pai, amigo e conselheiro, obrigado por tudo do fundo do meu coração! .

    O senhor será lembrado em todos os passos de minha vida.

    Obs: Essa foto acima foi tirada em seu aniversário de 73 anos no dia 12 de fevereiro de 2020.

    Ass: Dj Branco.

    Dj Branco engenho velho da federação Jaime Sodré Jandira Mawusi Naadoji India Tanuri Junçara terreiro do Bogum Terreiro do Cobre
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