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    Home»Raça»A pressa em desracializar a morte de Yá Mukumby
    Raça

    A pressa em desracializar a morte de Yá Mukumby

    Nilton LuzBy Nilton Luz5 de agosto de 201312 Comentários2 Mins Read
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    Diante da repercussão do assassinato de Yá Mukumby na vida religiosa, não dá para as matérias omitirem a informação de que o autor é evangélico. “Praticante do candomblé mata pastor, mãe e neta”. Essa seria a manchete se o inverso tivesse acontecido.

    Eu vou explicar, tranquilamente, porque me revolta a cobertura do assassinato. O autor discutia com a esposa e matou a própria mãe quando esta tentou intervir. A mulher se escondeu na casa vizinha, e lá ele assassinou a facadas a Yá Mukumby, sua mãe de 86 anos e sua neta, de apenas 10 anos. Uma tragédia.

    Aí vem a cobertura da imprensa e alguns comentários sustentando que o assassino era “apenas um louco”, que é exagero e radicalismo questionar a religiosidade. E já li quem culpasse as drogas, uma daquelas explicações genéricas e desinformadas usadas para dar ponto final a um assunto qualquer.

    Ora, se é verdade que ainda não se pode afirmar a motivação dos assassinatos, eu quero saber porque a pressa em desracializar o debate, que só ocorre quando nós somos as vítimas. Segundo relatos, o assassino quebrou objetos religiosos e afirmava estar “com o Diabo no corpo”. Por que a intolerância religiosa não pode ser comentada? Por que a religiosidade do assassino não aparece se ela compõe a cena do crime?

    O racismo é cruel e não respeita a nossa dor. A intolerância religiosa que deriva do racismo está aí pra dizer que o cara foi usado pelo Diabo para atacar “seus servos”, ou que é isso que acontece com quem segue o candomblé (como se não ocorressem tragédias com evangélicos. Se fosse um pastor assassinado por um macumbeiro, diriam que o Diabo o usou para atacar um “ungido de Deus”. O negro é sempre o vilão, mesmo quando prova que não).

    Mas a confissão religiosa do assassino perturbaria essas tentativas de usar a tragédia para fins de propaganda religiosa ou contra o candomblé.

    Lamento muito a morte de uma irmã, de uma mãe, a respeitada militante Dona Vilma.

    E fico com as palavras dela, para que nunca sejam esquecidas:

    “Acho que fiz minha parte, sim. Fui ousada ao encarar o preconceito de frente. Sou macumbeira porque macumba é um ritmo que se dança aos orixás.”

    intolerância religiosa racismo yá mukumby
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    Nilton Luz

    Residente em Salvador, 27 anos, militante do movimento negro e LGBT. Estudante de Economia da Universidade Federal da Bahia, foi Diretor de Combate ao Racismo do DCE da UFBA (Gestão 2007/2008). É atualmente Coordenador de Organização da Rede Nacional de Negras e Negros LGBT. Representa a entidade no Comitê LGBT da Bahia.

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    12 Comentários

    1. Jorge Fordiani on 6 de agosto de 2013 10:52

      Olá Nilton, muito bom dia!
      Não sou adepto de algumas formas que se tomam pela igualdade racial, pois quando se beneficia um, o outro perde, mas isto é questão de ponto de vista, é discussão a ser melhorada por todos os lados, assim como também não sou do candomblé e isto não vem ao caso no momento
      Venho aqui para parabenizar pelo excelente texto, e mais, pelo ótimo ponto de vista que tem, concordo com cada linha e cada palavra que colocou.
      A Dona Vilma era muito querida, pela sua dedicação em prol do próximo, pelos benefícios sem querer nada em troca, realmente uma grande perda não somente para quem a conhecia, mas para todos em geral, pois a presença física de pessoas do bem sempre farão falta na luta do dia a dia.
      Forte abraço
      Jorge

      …vamos precisar de todo mundo prá banir do mundo a opressão,
      para construir a vida nova vamos precisar de muito amor…

    2. Júlio on 6 de agosto de 2013 12:00

      Bom amigo, se o crime tivesse contexto religioso, creio que a mãe do individuo ainda estaria viva.. Surto psicótico não esta ligado a religião…

    3. daniella on 6 de agosto de 2013 12:23

      esclarecedor!!! minha pergunta: pq os evangelicos tem tanto diabo no corpo?

    4. Marcus on 6 de agosto de 2013 12:34

      Alô você que vê racismo em tudo… VOCÊ é o mais racista de todos.
      😉

    5. Fafá M. Araújo on 6 de agosto de 2013 13:22

      Essa é a verdadeira piada Marcus. Ao negar a existência do racismo, vc acaba por legitimar a sua postura racista. Ao invés de tentar entender, vc prefere perder o tempo em dizer que o outro é racista por tocar em algo que lhe incomoda. Tente ser negro ao menos um dia e vc verá o que isso representa.
      Ops, desculpa, isso não tem como acontecer. Você nunca saberá na pele o que passamos. Sinto muito meu nobre.,Enquanto isso, todas as formas e instrumentos que legitimam e identificam o ser negro saberão fazer.
      Gilberto Gil já dizia: “Só quem sabe onde é Luanda saberá lhe dar valor”

    6. César Crepaldi on 6 de agosto de 2013 14:42

      Racismo não se restringe apenas a intolerância de cor ou raça, mas também as práticas religiosas inerentes a cultura de uma raça ou etnia. Aproveito para afirmar que muitos casos de surtos psicóticos tem sim estreita ligação com fanatismo religioso, principalmente religiões que insistem em afirmar que todos os conceitos contrários tem ligação com o diabo. Obviamente estas religiões de “obsessão satânica” causam sérios desvios psicológicos em seus seguidores de um modo geral, caso que parece ser o do tal pastor assassino.

    7. Nieede on 6 de agosto de 2013 15:46

      É um momento para o debate sobre a intolerância religiosas de matriz africana
      até mesmo porque o assunto tende a ser esquecido, como se não tivesse importância a ilustre figura de Yá Mukumbi .Mas tambémé o momento para discutir mais tratamentos para a drogadição, pois esse elemento que fez tamanha barbárie, ao invés de estar frequentando uma igreja deveria estar numa clínica internado.

    8. Eber prado on 6 de agosto de 2013 16:43

      olá…concordo com o que diz, mas acredito ser necessário averiguar melhor a motivação desse crime….é muito plausível ter sido um surto psicótico, natural de usuários de crack (tanto em abstinência quanto em uso constante)…acredito pouco provável uma motivação de cunho religioso, pois me pareceu um acaso ter sido com a família de Dona Vilma…não deixa de ser uma tragédia, qualquer que fosse a vítima..no entanto, cuidado!Acho que voce já está determinando antecipadamente a motivação!

    9. Aline Soares Negríndia on 6 de agosto de 2013 18:13

      Há várias coisas incutidas nessa tragédia. Sim o autor está certo quando diz que se fosse um candomblecista, a matéria seria outra. Aliás… as matérias seriam outras.
      Mesmo que esse rapaz estivesse em abstinência do uso do crack, não teria alucinações ao ponto de achar que estava possuído, talvez se ele estivesse em uso, isso se tivesse acabado de fazer uso do crack e olhe lá, pois assim daria-se ênfase a paranoia causada pelo uso da mesma.
      Acredito que tenha ai um surto psicótico motivado sim, pelo fanatismo do mesmo, não acredito que ele entrou na casa de D.Vilma a toa, se lermos todas as matérias publicadas, veremos que todas dizem que o rapaz já estava falando coisa com coisa e anunciando o “fim dos tempos”.
      Entrar na casa de D.Vilma foi sim, mais uma forma de intolerância religiosa e não foi em vão, já que ele acreditava que ali habitava o “diabo e seus adoradores”.
      Não abafemos o caso como está sendo feita pela imprensa racista , temos o dever de denunciar para toda a sociedade esse crime como mais uma forma de intolerância religiosa, em respeito a D.Vilma e sua militância, em respeito as religiões de matriz africana e em respeito a família de Yá Mukumbi.
      Axé

    10. Andréa on 6 de agosto de 2013 18:14

      Imediatamente compartilhado, Nilton. E se precisarmos ir a luta, vamos.

    11. vilma on 6 de agosto de 2013 20:19

      Com CERTEZA meu querido, o ÚNICO racista aqui é vc atacando pastores e evangélicos, além de tudo MUITO ignorante.
      Pois se tivesse um mínimo de inteligência ou algo além de NADA no cérebro, jamais escreveria isso, PRIMEIRO PONTO: ele usava crack e cocaína desde os 13 anos de idade, ele era sim ESQUIZOFRêNICO, sabe o que é isso? busca no google, aprende, veja o que faz com a pessoa, depois julga pastor, evangélico e o que quiser.

      SEGUNDO PONTO: a religiosidade leva as pessoas para esse tipo de atitude, pois religião é criada por homens, seja qual ela for, a fé e a crença já são diferentes, pq pessoas com fé e crenças, não tem a cabeça podre que vc têm, então realmente vc é RELIGIOSO, e não sabe ter fé, e nem crer em algo, SOMENTE JULGAR E DESRESPEITAR.

      TERCEIRO PONTO: apaga essa pagina ridicula e preconceituosa por favor, vc ta passando vergonha meu querido.

    12. Leandro on 7 de agosto de 2013 1:03

      Pra quem ta escrevendo merda ai, leia essa matéria e tire suas próprias conclusões !!! http://londrina.odiario.com/londrina/noticia/762503/

      Se isso não for intolerância religiosa, não sei o que é mais !!!!

      só que o esforço do jornal e desse delegado de polícia em abafar a motivação de intolerância não vai prevalecer !

      A impunidade não pode ocultar suas motivações, vamos denunciar, não vamos nos calar !

      Mukumby Vive !!!!

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