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    Direitos Humanos

    Antropólogos alertam para ataques a direitos indígenas

    Correio NagôBy Correio Nagô28 de outubro de 2013Nenhum comentário8 Mins Read
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    fdfdgfddfdEm carta, pesquisadores consideram que povo guarani está no epicentro das violações devido à localização de suas aldeias no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país

    Antropólogos e pesquisadores ligados à Universidade de São Paulo (USP), à Universidade de Campinas (Unicamp) e a outras instituições de ensino superior do país publicaram uma carta aberta em defesa do povo guarani em que alertam: os ataques aos direitos indígenas são uma ameaça para toda a sociedade. Os estudiosos consideram que as garantias dos povos tradicionais, estabelecidas pela Constituição de 1988, estão em risco devido ao avanço dos interesses econômicos, sobretudo no campo. E afirmam que os guarani, até pela sua localização geográfica, são uma das etnias mais ameaçadas pela ofensiva.

    “Com suas aldeias distribuídas em um vasto território, que abrange as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, e também algumas localidades na região Norte do Brasil, os guarani constituem hoje o maior povo indígena no país, com cerca de 65 mil pessoas. Entretanto, por ocuparem regiões com antigo histórico de colonização, e de grande interesse para exploração econômica, têm hoje apenas uma fração insignificante e fragmentada de seu território reconhecida pelo poder público”, diz o texto. “A falta de terras é causa fundamental do quadro de marginalização a que foram submetidos em todas essas regiões, onde sofrem com a violência, o preconceito e a falta de efetivação de direitos fundamentais de cidadania.”

    A afirmação dos antropólogos faz referência à “má distribuição” das terras indígenas demarcadas no espaço territorial brasileiro. Os ruralistas, maiores inimigos dos índios em sua luta por demarcações, costumam argumentar que os povos tradicionais possuem 13% de todo o território nacional. Enquanto isso, ponderam, a área plantada se resume a 7% da superfície. Pesquisadores lembram, porém, que 98% das terras regularizadas pela União se encontram no Norte e no Mato Grosso – regiões que abrigam cerca de metade da população indígena brasileira. A outra metade está no Nordeste, Sudeste, Sul e na porção sul do Centro-Oeste. E está espremida em apenas 2% das aldeias demarcadas.

    “Hoje, como ao longo dos últimos cinco séculos, grupos oligárquicos se esforçam em negar aos Guarani os seus direitos territoriais, com intuito de perpetuar as injustiças acumuladas ao longo de todo o processo de colonização do Brasil, evitando a construção de uma sociedade justa e solidária, que respeite seus povos indígenas”, argumentam os antropólogos. “Enquanto os ruralistas desenvolvem uma campanha para convencer a população brasileira de que são ameaçados pelas demarcações de terras, o país segue com um dos mais altos índices de concentração fundiária do mundo, cenário que se reverte no acúmulo de poder nas mãos de oligarquias agrárias e nas grandes desigualdades que assolam a sociedade nacional.”

    Os antropólogos consideram que os ataques aos direitos indígenas são uma ameaça para toda a sociedade, pois respondem aos interesses de um grupo minoritário – os latifundiários – que busca apropriar-se privadamente das riquezas nacionais para seu próprio enriquecimento. “O drama humanitário pelo qual atravessam as comunidades nas quais realizamos nossas pesquisas não é tolerável em um Estado Democrático de Direito, e não cessará enquanto o poder público se recusar a enfrentá-lo com a seriedade e respeito que requer, preterindo a sua solução em proveito de interesses eleitorais.”

    Confira a íntegra da carta:

    Carta pública em defesa aos direitos do Povo Guarani

    Nós, estudiosos do povo guarani e outros pesquisadores, especialistas e professores, reunidos em São Paulo/SP entre os dias 16 e 18 de outubro, durante o Simpósio CEstA nas Redes Guarani, realizado pelo Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo, vimos a público nos manifestar a respeito do grave contexto de ataque aos direitos indígenas que está hoje em curso, e em cujo epicentro encontra-se o impasse relacionado ao não reconhecimento dos direitos territoriais do povo Guarani.

    Com suas aldeias distribuídas em um vasto território, que abrange as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, e também algumas localidades na região norte do Brasil, os Guarani constituem hoje o maior povo indígena no país, com cerca de sessenta e cinco mil pessoas. Entretanto, por ocuparem regiões com antigo histórico de colonização, e de grande interesse para exploração econômica, têm hoje apenas uma fração insignificante e fragmentada de seu território reconhecida pelo poder público. A falta de terras é causa fundamental do quadro de marginalização a que foram submetidos em todas essas regiões, onde sofrem com a violência, o preconceito e a falta de efetivação de direitos fundamentais de cidadania.

    A história mostra como a mão-de-obra de milhares de Guarani foi utilizada para a construção do país, deixando contribuições que hoje consideramos como elementos fundantes da cultura brasileira. Hoje, como ao longo dos últimos cinco séculos, grupos oligárquicos se esforçam em negar aos Guarani os seus direitos territoriais, com intuito de perpetuar as injustiças acumuladas ao longo de todo o processo de colonização do Brasil, evitando a construção de uma sociedade justa e solidária, que respeite seus Povos Indígenas.

    Enquanto os ruralistas desenvolvem uma campanha para convencer a população brasileira de que são ameaçados pelas demarcações de Terras Indígenas, o país segue com um dos mais altos índices de concentração fundiária do mundo, cenário que se reverte no acúmulo de poder nas mãos de oligarquias agrárias e nas grandes desigualdades que assolam a sociedade nacional.

    Como pesquisadores que atuamos junto a algumas das mais respeitadas universidades brasileiras, temos a percepção clara de que os ataques aos direitos indígenas ora em curso são uma ameaça para toda a sociedade, pois respondem aos interesses de um grupo minoritário que busca apropriar-se privadamente das riquezas nacionais para seu próprio enriquecimento, e tornam nosso país palco dos mais graves desrespeitos aos direitos à vida, à dignidade, à diferença, envergonhando-nos a todos.

    O drama humanitário pelo qual atravessam as comunidades nas quais realizamos nossas pesquisas não é tolerável em um Estado Democrático de Direito, e não cessará enquanto o poder público se recusar a enfrentá-lo com a seriedade e respeito que requer, preterindo a sua solução em proveito de interesses eleitorais. Nesse sentido, chamamos a todos os brasileiros para que nos empenhemos junto ao povo guarani e aos demais povos indígenas na defesa de seus direitos, para a construção de uma sociedade igualitária, multicultural e pluriétnica.

    Dominique Tilkin Gallois – Professora-doutora em Antropologia Social na USP
    Valéria Macedo – Professora-doutora em Antropologia Social na UNIFESP
    Beatriz Perrone Moisés – Professora-doutora em Antropologia Social na USP
    Marta Rosa Amoroso – Professora-doutora em Antropologia Social na USP
    Sylvia Caiuby Novaes – Professora-doutora em Antropologia Social na USP
    Renato Sztutman – Professor-doutor em Antropologia Social na USP
    Fábio Mura – Professor-doutor em Antropologia Social na UFPB
    Levi Marques Pereira – Professor-doutor em Antropologia Social na UFGD
    Elizabeth Pissolato – Professora-doutora em Antropologia Social na UFJF.
    Donatella Schmidt – Professora em Antropologia Social na Università degli Studi di Padova.
    Marina Vanzolini – Professora-doutora em Antropologia Social na USP
    Vanessa Lea – Professora-doutora em Antropologia Social na UNICAMP
    Maria Inês Ladeira – Centro de Trabalho Indigenista, Mestre em Antropologia (PUCSP) e Doutora em Geografia Social (USP)
    Daniel Calazans Pierri – Centro de Trabalho Indigenista, Mestre em Antropologia Social (USP)
    Fabio Nogueira da Silva – Mestre e Doutorando em Antropologia Social pela USP
    Spensy Pimentel – Doutor em Antropologia Social – USP
    Diogo Oliveira – FUNAI – Doutorando em Antropologia Social – UFSC
    Rafael Fernandes Mendes Júnior – Mestre e Doutorando em Antropologia Social pela USP
    Lígia R. Almeida – Mestranda em Antropologia Social – USP
    Amanda Danaga – Doutoranda em Antropologia Social -UFSCar)
    Camila Mainardi – Doutoranda em Antropologia Social – USP
    Adriana Testa – Doutoranda em Antropologia Social – USP
    Alice Haibara – Mestranda em Antropologia Social – USP
    Ana María Ramo y Affonso – Mestranda em Antropologia Social -UFF
    Tatiane Klein – Mestranda em Antropologia Social – USP
    Marcos dos Santos Tupã – liderança guarani e Coordenador Tenondé da Comissão Yvyrupa
    Giselda Pires de Lima Jera – professora e liderança guarani
    Algemiro da Silva Karai Mirim – professor e liderança guarani
    Ariel Ortega – liderança e cineasta guarani
    Carlos Papa Mirï Poty – liderança e cineasta guarani
    Prof. Dr. Stelio Marras – Professor Doutor em Antropologia Social no IEB-USP
    Aline Aranha – FFLCH-USP/ CEstA-USP
    Jefferson dos Santos Ferreira – FFLCH-USP/ CEstA-USP
    João Pedro Turri – ECA-USP/ CEstA-USP
    André L. Lopes Neves – PPGAS/USP – CEstA-USP
    Jan Eckart – PPGAS/ UFSCar
    Guilherme Meneses – PPGAS-USP
    Diógenes E. Cariaga – FUNAI
    Lucas Keese dos Santos – Centro de Trabalho Indigenista, Mestrando em Antropologia Social – USP

    Fonte: Rede Brasil Atual

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