por Pedro Alexandre, correspondente do Correio Nagô em Sergipe
fotos de Claudio Pereira
Foi inaugurada no último dia 22/08, na Assembleia Legislativa do estado de Sergipe, localizada na cidade de Aracaju no espaço Cultural Deputado Djenal Queiroz, a exposição organizada pela Associação dos Artistas Plásticos de Aracaju, AAPLASA, da qual conta com amostra de quadros, painel de fotografia e esculturas. 
foto: Claudio Pereira
Batizada de “Arte e a Fé na cultura”, a exposição conta com obras de três artistas do estado que têm como ponto de convergência entre suas criações traços da cultura afro-brasileira com especificidade nas religiões de matriz africana.
Com um tema bastante rico, a exposição conta com pinturas do artista plástico Paulo Vitor, fotografias da artista Janaína Santos, que relatam manifestações realizadas durante o dia 2 de fevereiro, data dedicada aos festejos a orixá Yemanjá.
A abertura da exposição contou com representantes de alguns terreiros de candomblé e militantes do movimento negro do estado de Sergipe, além outros artistas plásticos.
Segundo o professor Andrey Lemos, ex-coordenador da UNEGRO em Sergipe, “a cultura negra deve ocupar os espaços públicos como a Assembleia Legislativa dentre outros, pois, é a partir destas intervenções que a sociedade sergipana começará a construir sua consciência negra e, por conseguinte, mostrar que aqui também tem cultura de matriz africana”, assegura. 
Apesar de ser o oitavo estado com o maior número de negros, segundo o Censo de 2010, Sergipe ainda estrutura-se nos alicerces do racismo em diversos setores em suas mais variadas formas, inclusive contra a prática religiosa negra.
A yalorixá Rita, protagonista das fotografias expostas, e, com 45 anos dedicados à religião do Candomblé, comenta que “é de suma importância trazer os elementos das religiões de matriz africana para espaços públicos, pois isso fará com que nosso povo não atue nas margens da cidade, afinal, Aracaju ainda é uma das capitais mais preconceituosas para com os praticantes do candomblé”, afirma. 
Para a jornalista Janaína Santos, autora das fotografias, “o tema deste ensaio, que virou exposição, desperta em mim paz e alegria, afinal sou ‘filha’ da Orixá tema de meu ensaio fotográfico.
