Redação Correio Nagô
A partir do dia 17 deste mês, a yalorixá Valnízia Pereira de Oliveira passa a publicar mensalmente, no lugar de mãe Maria Stella de Azevedo Santos, artigos na página de Opinião do jornal A Tarde. Assim, o espaço destinado no veículo para abordagem de questões que envolvem a religião do candomblé continua mantido.
Segundo mãe Valnízia, sua nova função vai colaborar para a não interrupção do trabalho feito por mãe Stella, além de ser uma forma de aprender e ensinar. “Será uma experiência nova e que dá continuidade à história iniciada nesse espaço por mãe Stella, uma pessoa muito experiente e sábia. Em nossa religião, temos por base o respeito aos mais velhos por entender que isso significa também avanço em mais sabedoria”, falou mãe Valnízia para o A Tarde.
Mãe Stella, 89 anos, ialorixá do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, deixou de escrever para o jornal por conta das suas atividades religiosas e do envolvimento com os projetos desenvolvidos por ela, como o “Encontro Colorido da Encantada Espiritualidade Baiana”. Para a escritora, não foi fácil tomar a decisão de não publicar mais no A Tarde. “Tomar decisões é sempre muito difícil, principalmente quando esta decisão implica deixar uma atividade que nos dá prazer e alegria. Foi o que aconteceu comigo quando precisei deixar de escrever artigos para este conceituado jornal. Foi no treinamento do desapego, que todo sacerdote precisa fazer, que encontrei a força que precisava”, diz para o jornal que ela era colaboradora.
Mãe Valnízia
Autora dos livros Resistência e Fé, publicado em 2009, e Aprendo Ensinando, de 2011, mãe Valnízia foi iniciada no candomblé na Casa Branca, primeiro terreiro brasileiro reconhecido como patrimônio cultural. Há 26 anos, ela é Líder do Terreiro do Cobre, espaço religioso fundado no século XIX pela africana Margarida de Xangô.
A obra Resistência e Fé é uma autobiografia da yalorixá. No Aprendo Ensinando, a narrativa mostra a relação da mãe de santo com os seus filhos espirituais, além de evidenciar a convivência dela com a Casa Branca.
