Correio Nagô
    Mais editoriais
    • Revista
    • Manchete
    • Politica
    • Raça
    • Internacional
    • Economia
    • Tecnologia
    • Esporte
    Facebook Twitter Instagram YouTube
    • IME
    • Quem Somos
    • Anuncie
    • Apoie
    Facebook Twitter Instagram
    Correio NagôCorreio Nagô
    Novembro Negro 2022
    • Cultura
    • Direitos Humanos
    • Colunistas Nagô
    • Narrativas Negras
    • TV Correio Nagô
    Correio Nagô
    Home»Blog»A MORTE DE MARIELLE ECOA POR MUDANÇA
    Blog

    A MORTE DE MARIELLE ECOA POR MUDANÇA

    Paulo RogerioBy Paulo Rogerio4 de abril de 2018Nenhum comentário3 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr WhatsApp VKontakte Email
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    04/04/2018 | às 15h50

    Por Érico Brás*

    Duas semanas passaram-se da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Enquanto a polícia mantém sigilo completo na investigação, a notícia vai perdendo espaço nas manchetes dos jornais. Outros crimes covardes contra jovens pretos da periferia são notícia passageira e pouco a pouco a rotina naturaliza a barbárie.

    O Brasil é o país das Américas que mais mata defensores de direitos humanos. Mas, até agora, estávamos acostumados a ver isso acontecer em rincões remotos, em conflitos na zona rural, com lideranças indígenas e trabalhadores rurais. O assassinato de uma deputada estadual, negra, no Centro da segunda maior cidade do país, da Cidade Maravilhosa, ocupada pelas forças armadas, ganha outra dimensão. Se a luz antes era amarela, agora é vermelha.

    Por que escolheram Marielle? Quem são os mandantes? A quem interessava a morte dela? São muitas as perguntas, mas de uma coisa não temos dúvida: foi a certeza da impunidade que fez o assassino apertar o gatilho. No Brasil, ser mulher, pobre negra e favelada é praticamente sentença de morte. Quase 80% dos jovens mortos nas periferias são negros, em idade produtiva, de 14 a 29 anos. Entre as mulheres, a mortalidade de  negras  subiu 22%, enquanto a de não-negras caiu 7,4%, entre 2005 e 2015. Na maioria das vezes, esses crimes são arquivados, sem responsabilizar os culpados. O negro quando não morre é preso. Quando não é preso, é sentenciado ao descaso.

    O Brasil foi o último país a abolir a escravidão na América. E isso só foi feito em 1888 por conta da exigência dos países estrangeiros. Desde então, os negros se mantêm à margem da sociedade, desamparados pela Justiça, fora da liderança das empresas, das universidades, da comunidade científica, das tribunas políticas… Até hoje não concluímos o processo de abolição, que apenas começou com uma assinatura no papel. Não por acaso, as periferias estão cheias de descendentes de escravos. Não por acaso são os negros e mulatos que ocupam os sinais de trânsito vendendo balas e pano de chão. O Brasil tem uma dívida com seus afrodescendentes e a morte de Marielle também grita por isso.

    Movimentos pedem o esclarecimento do assassinato e a punição dos culpados, ocupando as ruas e as redes sociais, não só aqui como em vários países do mundo. Hoje, a comunidade internacional de novo pede providências ao Brasil para a repreensão de um crime covarde. Toda essa comoção mostra ao governo que violações assim não serão mais toleradas. A morte de Marielle grita por justiça, por direitos, por mudança. A morte de Marielle grita acima de tudo por inclusão!

    Érico Brás é ator e conselheiro do Fundo de População das Nações Unidas, agência da ONU líder em temas de demografia, juventude e saúde sexual e reprodutiva. Nascido em Salvador, iniciou aos 8 anos de idade sua relação com o teatro. Engajado em temas de juventude e raça, participa no canal no Youtube da web série “Tá Bom pra você?” (criada pela mulher, Kênia Maria, e a filha Gabriela Dias), que trata da questão racial com humor inteligente, graça e leveza. Com participação em séries e programas de TV, Érico Brás busca estimular o debate e a reflexão sobre diversidade.

    Marielle Franco
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr WhatsApp Email
    Previous ArticleÁGUAS DE MARÇO: NÃO ESTAMOS À VENDA
    Next Article Entre a era da desinformação e a estratégica cobertura de resistência
    Paulo Rogerio

    Related Posts

    PROGRAMA GRATUITO: voltado para empreendedores e autônomo está com 1.400 vagas abertas

    18 de julho de 2022

    Escritoras discutem fazer literário e poesia preta na programação de julho da Circulação Profundanças

    18 de julho de 2022

    Gastronomia afro diaspórica é tema de novo curso da Escola IC

    18 de julho de 2022

    Um dos maiores grupos de educação do Brasil abre segundo processo seletivo de trainees exclusivamente para negros

    14 de julho de 2022

    Comments are closed.

    Sobre
    Sobre

    Uma das maiores plataformas de conteúdo sobre a comunidade negra brasileira do Brasil, possuindo correspondentes em diversos estados do Brasil e do mundo.

    O Portal Correio Nagô é um veículo de comunicação do Instituto Mídia Étnica

    Editoriais
    • Cultura
    • Direitos Humanos
    • Colunistas Nagô
    • Narrativas Negras
    • TV Correio Nagô
    Facebook Twitter Instagram YouTube
    • IME
    • Quem Somos
    • Anuncie
    • Apoie
    © 2025 Desenvolvido por Sotero Tech.

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.