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    Home»Internacional»África-Brasil: número de escravizados é quase o dobro do estimado
    Internacional

    África-Brasil: número de escravizados é quase o dobro do estimado

    Correio NagôBy Correio Nagô17 de abril de 2015Updated:22 de abril de 2015Nenhum comentário5 Mins Read
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    Pesquisadores de universidades do Brasil, Estados Unidos e Inglaterra concluíram que o número de escravizados levados para o Brasil é maior do que se estimava. Segundo os dados, que podem ser encontrados no site www.slavevoyages.org, foram cerca de 1.700.000 (um milhão e setecentos mil) africanos trazidos, na condição de escravos, para a Bahia e não 1.200.000, como afirmavam estudiosos, a exemplo do escritor e fotógrafo Pierre Verger.

    “Definitivamente, agora, temos um conhecimento mais aprofundado do comércio baiano de escravos. Mas, graças ao trabalho de Pierre Verger, Luiz Viana Filho e de uma geração de historiadores, já tínhamos noção do papel da Bahia no tráfico transatlântico de africanos”, afirma o historiador Carlos Silva Junior. O pesquisador baiano está na Inglaterra, onde desenvolve uma pesquisa de doutoramento na Wilberforce Institute to the Study of Slavery and Emancipation (WISE) da University of Hull, Reino Unido e comentou a pesquisa para o portal Correio Nagô.

    Até o século XIX, por ano, a Bahia importou uma média de cinco a oito mil escravizados, sendo que muitos deles eram da Angola. “Então, a Bahia tem muito de Angola”, conclui Carlos Silva, destacando ainda que a população de Angola, embora importante, desde o século XVIII era inferior numericamente aos jejes, minas e no século XIX aos nagôs. Um dado relevante para a pesquisa.

    Carlos Francisco
    Da Inglaterra, Carlos Silva Júnior comentou a pesquisa para o Correio Nagô

     

    De acordo com os indicadores, quase 200 mil escravizados morreram durante a travessia do continente africano para as terras baianas, no período do tráfico. Segundo o banco de dados atualizado, mais de 1.736.308 pessoas foram embarcadas na costa da África com o destino para a Bahia. Deste total, cerca de 1.550.335 chegaram vivos ao local.

    Sobre a pesquisa, o doutorando Carlos Silva Junior diz que esse novo levantamento traz uma abordagem sobre a realidade brasileira atual. “Ele [estudo] apresenta de maneira indiscutível o drama que foi o tráfico de escravos, mostra o que há de ‘África entre nós’, ajuda a entender a formação cultural da população brasileira, o legado da escravidão e da situação da população negra hoje. Que esses dados não sejam apenas números em tabelas, mas ajudem a refletir sobre o legado da escravidão na sociedade brasileira, até os dias atuais”, frisa.

     

    slave

    Crianças escravizadas – No site Slave Voyages (em inglês, viagens negreiras, em tradução livre) estão catalogadas 35 mil viagens e registros de três séculos e meio, mostrando que houve um fluxo de 10,7 milhões de escravizados em todo o mundo. Para as conclusões, pesquisadores utilizam documentos de inúmeros países, como os Estados Unidos, Inglaterra, Brasil e de nações pertencentes ao continente africano. Manolo Florentino, um dos coordenadores da pesquisa, diz que “agora, se tem um número mais preciso”.

    No total, barcos com bandeira de Portugal/ Brasil chegaram a transportar 5,8 milhões de escravizados. Em segundo lugar no número de pessoas comercializadas para a América, está o Reino Unido, com 3,3 milhões, especialmente com destino à Jamaica.

    Os números mostram que houve um forte aumento na quantidade de jovens negociados nos últimos anos do tráfico de escravos, justamente quando as leis abolicionistas se recrudesceram. Nos 200 anos anteriores a 1841, por exemplo, a proporção de crianças nos navios negreiros foi de 7,6%. Só nos últimos 15 anos deste período, o índice saltou para 59,5%.

    “No período ilegal do tráfico (a partir de 1831), era mais fácil para o traficante deslocar uma grande quantidade de escravos de uma região para outra se fossem crianças, já que havia entre elas menor resistência à escravidão”, explica o historiador Daniel Domingues, integrante do grupo e professor da Universidade de Missouri, nos EUA.

    Carlos Silva Júnior completa: “Antes, os donos de escravos se interessavam principalmente por africanos adultos, que podiam ser colocados imediatamente para trabalhar nas fazendas de café, nos engenhos e no trabalho de ruas de cidades como Salvador e Rio de Janeiro. Mas a cobiça dos senhores de escravos, cônscios de que o fim do tráfico se aproximava, fez com que os traficantes adquirissem muitas crianças, que eram postas no trabalho”.

    O estudo dos números do tráfico como um todo data de fins do século XIX e, a partir da sistematização dos dados feita por Philip Curtin, na década de 1960, como nos explica o historiador Carlos Silva Júnior. “Nas décadas de 1980 e 1990, grupos de historiadores continuaram a discutir os números do tráfico, ainda baseados nos dados do Curtin. Em 1999 uma primeira versão desse banco de dados, em CD rom, foi lançada, e em 2006 a versão online”, pontua.

    O banco de dados possibilita novos registros de pesquisadores parceiros. A plataforma está dividida em duas: uma parte expõe os números dos documentos já obtidos; a outra faz projeções por meio de cálculos demográficos.

    A Comissão da Verdade da Escravidão Negra da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil) já pediu ao Consulado dos EUA auxílio para trazer ao Brasil nos próximos meses os pesquisadores responsáveis pelo site.

     

    Da Redação do Correio Nagô

    África Escravidão escravizados pesquisa histórica slave slave voyages viagens negreiras
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