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    “Ainda não conseguimos vencer o medo da diferença”, diz o ator Ângelo Flávio

    adminBy admin4 de outubro de 2012Nenhum comentário6 Mins Read
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    No seu currículo acumulam-se, em 15 anos de trabalho, peças, filmes e inúmeras participações. Atualmente em cartaz com a peça “O sumiço da santa”, do diretor Fernando Guerreiro, o ator, diretor, ativista soteropolitano, apresentador e arte-educador, Ângelo Flávio não para e já está pensando em seu próximo projeto, batizado de “Casulo” e que, assim como o nome escolhido, ainda está sendo mantido em sigilo.

    Em entrevista ao Correio Nagô, Ângelo fala das dificuldades em criar seu personagem na peça de Guerreiro, baseada na obra de Jorge Amado publicada em 1988, e das dificuldades enfrentadas por atores e atrizes negros na atualidade. Para ele, o tema da peça que aborda o preconceito contra religiões de matrizes africanas é atual porque “ainda não conseguimos vencer o medo da diferença”. “O sumiço da santa” está em cartaz no Teatro Acbeu.

    Criador do Coletivo de Atores Negros Abdias do Nascimento (CAN) na Escola de Teatro da Ufba, Ângelo já participou de filmes nacionais como “Quincas Berro d’Água”, “Eu me lembro” e “À beira do caminho”. Nas artes cênicas, já dirigiu peças como “As Irmãs de Brecht”, “A Casa dos Espectros” e “O Dia 14”. Em 2004, interpretou João Batista na peça “O Evangelho Segundo Maria”, papel que lhe rendeu o prêmio Braskem de Melhor Ator Coadjuvante. Quatro anos depois, foi a vez de ganhar o Braskem como Revelação pelos espetáculos do CAN. Confira a entrevista que o ator concedeu ao Correio Nagô:

     

    Correio Nagô – Como surgiu o convite para participar da peça “O sumiço da santa”?

    AF – (Fernando) Guerreiro me ligou e me fez o convite. Perguntei sobre o que era e, topei em seguida!

     

    CN – Como foi o desafio para criar o personagem que interpreta? (Ângelo interpreta um padre militante social que é encarregado de levar a santa de Santo Amaro para Salvador)

    AF – Muitos espectadores, provavelmente terão a impressão, que estou na minha zona de conforto, ao compor um personagem ativista preocupado com questões sociais. Mas posso garantir que foi e ainda está sendo muito difícil segurá-lo em cena. O ritmo do espetáculo e o desenho dramatúrgico do personagem não possibilitam um terreno fértil para criar coloridos na personagem. Todas as cenas de Abel o levam a um tom de tensão, nervosismo… A um estado de defesa e agressividade, isto, mesmo nas cenas de amor. Então, o desafio reside em tentar torná-lo doce, sem ser patético e bundão. (risos)

    Outro desafio é o cuidado com o que é dito e para quem se diz no contexto social como o nosso. Neste campo, sempre conversei com Claudio Simões, o dramaturgo, Zebrinha o coreógrafo e, a direção de Guerreiro, que sempre se mostraram sensíveis e atentos.

     

    CN – Você não considera que o discurso do personagem Abel, diante de tantos personagens com contradições na peça, é “politicamente correto” e “romântico” com certo exagero?

    AF – Sim, considero. A obra teatral é um “exagero”, tal qual a obra literária de Jorge. (risos). É quente. Trata-se de um absurdo temático para narrar realidades transversais. Há moralidades e imoralidades dançando em um mesmo tom espetacular, talvez, seja isto o motor, ainda que tácito, da dialética da peça.

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    CN – A peça tem foco no preconceito à religião de matriz africana e na repressão política/policial a terreiros de candomblé. Hoje, o tema da peça ainda é atual? Por quê?

    AF – Sim. Porque ainda não conseguimos vencer o medo da diferença. Porque ainda não nos enxergamos como brasileiros. Porque ainda permanecemos como brancos e judaicos cristãos, dos sec.XIX.

     

    CN – Diante das primeiras apresentações, como tem sido a reação do público? Soube que as pessoas inclusive saem comentando que achavam que era uma peça de comédia…

    AF – (risos) Fernando (o diretor da peça) tem um público diverso, mas a grande maioria  é um público de comédia, o que não é ruim.  O público se diverte e ainda tem um tempo pra pensar e, de sobra, pede a Oyá um pouco de malandragem.

     

    CN – Diante do seu histórico e carreira, quais dificuldades você apontaria para o ator/atriz negros na atualidade? Ou as dificuldades independem da etnia?

    AF – Há uma dificuldade na política cultural brasileira para todos os artistas independente do seu traço étnico de modo geral, à esta podemos chamar de dificuldade “Macro-geral” no tecido cultural. Os Artistas Negros, em todas as áreas culturais, sofrem destas mesmas dificuldades macro-geral, mas a elas somam-se o atenuante da sua condição racial na livre disputa por um mercado cultural onde os seus pares comuns não estão à frente das redes estatais e privadas que comandam as engrenagens do “sim” e do “não” do Capital. Há um tráfico de influência, um clientelismo, uma política de balcão e os artistas negros ainda não têm o cacique, digo, o cacife estratégico para rotacionar a engrenagem. Este é cânone meritocrático da indústria cultural.

     

    CN – Algumas obras de Jorge Amado são criticadas por “construir estereótipos” dos negros. O que você acha disso? O Sumiço da Santa seria um exemplo? É a segunda obra de Jorge Amado que você participa de adaptações…

    AF – Na verdade é a quarta obra de Jorge Amado. No cinema fiz “Quincas Berro D’água”, na TV participei da minissérie “D. Flor e Seus Dois Maridos” da Globo, e no teatro fiz “Os velhos Marinheiros”, com a direção de Paulo Cunha, onde eu tive o prazer de contracenar com Wilson Melo e agora em cartaz com “O Sumiço da Santa”. Sim, voltando ao assunto (risos)… Jorge amado é um artista da literatura. Ele pinta realidades imaginárias, que descrevem o seu ponto de ponto de vista de um povo, de um estado… de um país. Ele construiu uma baianidade que nem sempre se aplica a realidade, mas que também não podemos negar.

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    CN – Quanto tempo a peça fica em cartaz e quais serão seus próximos passos?

    AF – Faremos uma primeira temporada até 04 de novembro deste ano sempre de sexta a domingo, às 20H. Paralelo a isso, estou trabalhando em projeto que se chamará “Casulo” no momento certo, falarei sobre ele.

     

    CN – O que mais te agrada na peça?

    AF – O elenco é maravilhoso, a equipe é muito harmônica o que torna o trabalho rico e agradável, muita gente boa e talentosa reunida, uma alegria!

     

    Por Anderson Sotero

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