Redação Correio Nagô
Segundo os dados do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), a Bahia é o segundo estado com maior número de homicídios entre jovens de 12 a 18 anos. Itabuna, cidade localizada no sul da Bahia, com IHA de 17,11 é o município baiano que lidera o quadro de assassinatos na adolescência. Em entrevista ao Correio Nagô (CN), a Secretaria de Segurança Pública (SSP), por meio da assessoria, informou que a falta de padronização na metodologia prejudicou a Bahia. “Em outros estados, há a categoria homicídios e mortes a esclarecer. Na Bahia, nós não juntamos todos os números. Então, pela nossa transparência, saímos prejudicados”, justifica a secretaria.
De acordo com o IHA, de cinco estados brasileiros mais perigosos para os grupos da faixa etária entre 12 a 18 anos, quatro ficam na região Nordeste. Entre as cidades com até 200 mil habitantes, Itabuna foi considerada a mais perigosa para os adolescentes. Em nota divulgada para o CN, a SSP diz que o problema de Itabuna vem sendo controlado. “No município baiano de Itabuna teve redução de 23,6% em 2013 (133 ocorrências), numa comparação com o ano anterior (174 registros). O decréscimo foi resultado de operações no combate aos homicídios e ao tráfico de drogas na região, a exemplo da transferência de seis líderes de organizações criminosas, detidos no Conjunto Penal de Itabuna, para presídios federais, em março de 2013”, informou.
Em relação às capitais, Salvador, IHA 8,32, é hoje a terceira mais violenta para os jovens. Esta situação é pior em Fortaleza e Maceió, com registros de 9,92 e 9,37 respectivamente. Além de Itabuna e Salvador, entre as 20 cidades brasileiras mais violentas, aparecem Camaçari em quinto lugar, IHA de 9,82, Vitória da Conquista com Índice de 8,50 e Feira de Santana em 13º, com uma taxa de homicídios na adolescência que chega a 6,79. Ainda sobre a cidade do sul da Bahia, a SSP divulgou que “em tempo, a SSP destaca ainda que no bairro de Monte Cristo já funciona uma Base Comunitária de Segurança com ações de prevenção a violência voltada pra crianças e jovens, além da inauguração do Centro Integrado de Comunicação (Cicom), que otimizou o trabalho da polícia na região”.
O Índice de Homicídios na Adolescência revela que, contados desde 2012, mais de 42 mil jovens poderão ser assassinados até 2019 e mostra ainda que os jovens negros possuem mais chances de morrer neste período.
O levantamento dos dados foi elaborado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Observatório de Favelas e Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-UERJ) e leva em consideração as informações coletadas no ano de 2012.
Mortes de Jovens Negros
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA), a chance de um jovem negro morrer é quatro vezes maior que a de um branco. Em 2002, dados registraram mais de 900 assassinatos de jovens negros. Em 2012, este número atingiu a faixa de 3,252 casos. Em 2002, foram 75 jovens brancos vítimas de homicídios e, em 2012, estas mortes chegaram a 227.
