“Um jovem preto morre a cada 23 minutos. Nós estamos cansados e cansadas desses números
Há um projeto cruel de sociedade que, todos os dias, promove mortes.
São pessoas pretas chacinadas, e o que autoriza esses crimes, se não o racismo?
O que justifica essas mortes se não a política de morte promovida pelo Estado, por meio da polícia?
O que explica uma polícia militar que mata mais que forças de países em guerra?
É a polícia que mais mata e a que também mais morre.
Sempre pessoas pretas na mira. O que estamos vivendo é a realidade da necropolítica sendo aplicadas em nosso Estado. Em uma sociedade atormentada pela crescente desigualdade, militarização, inimizade e terror, que vêm assistindo o encorajamento de racistas, fascistas, e forças nacionalistas determinadas a excluir e matar.
Como resultado, a guerra se tornou o sacramento de nossos tempos em uma concepção de soberania que opera aniquilando todos aqueles considerados inimigos do Estado.
– 111 tiros em um carro com 5 jovens que comemoravam o primeiro salário.
– 89 tiros contra uma família que passeava numa tarde de domingo.
– Um jovem espancado, morto e com o corpo descartado feito lixo, pela polícia.
– 9 jovens mortos pisoteados após ação da polícia em Paraisópolis.
O governo brasileiro deve reconhecer o caráter racista e genocida da política de segurança pública vigente e propor, junto à sociedade, um novo modelo, que proteja as vidas de todas as pessoas e não gere medo e mortes para o povo preto.
Exigimos o fim da política de extermínio.
Há um projeto genocida em curso e interrompe-lo deve ser prioridade de todas as frentes de lutas”.
Texto produzido e publicado coletivamente por ativistas negrxs que integram o grupo @potenciasnegras
Publicado em 02/12/2019
