23/01/2019 | às 17h30
“A questão da representatividade é tudo”. Assim a escritora e atriz Cássia Valle resume o potente projeto que começou com o livro “Calu: Uma Menina Cheia de História” (Editora Malê), fruto da parceria de Cássia e da também atriz e escritora Luciana Palmeira.
Essa história vem há um ano promovendo a diversidade na literatura infanto-juvenil e no dia 01 de fevereiro ganha mais um capítulo: Uma tarde de autógrafos do livro “Bloquinho de poemas e canções da Calu”. A programação, voltada ao público infantil, começa às 16h, no Museu Afro-Brasileiro, localizado no Pelourinho. Haverá visitação às exposições de longa e curta duração, contação de histórias, bate papo com as autoras e apresentação do Sarauzinho da Calu.
“O projeto é um sucesso total. Eu sou só felicidade em ver crianças sob a alegria de ter a protagonista negra na capa”, diz Cássia Valle em entrevista ao Correio Nagô.
Imaginação garantida
O Bloquinho é um livro de bolso, com várias páginas em branco para as crianças darem espaço à imaginação, assim como faz a protagonista do livro Calu. O bloquinho é um produto associado ao livro premiado pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes) em 2017 e escrito por Cássia Valle e Luciana Palmeira, com ilustrações de Maria Chantal. Uma boa história para as crianças soltarem a imaginação e anotarem o que mais as tocam.
Calu é uma pequena griot, contadora de histórias, que está sempre com um bloquinho na mão, sua ferramenta mágica para entrar no mundo da imaginação. Apaixonada por histórias e sem muito apreço pela tecnologia, a garota procura uma forma de transformar o bairro onde mora em um museu a céu aberto, cheio de memórias. As histórias da Calu viraram Sarauzinho e ganharam os palcos da cidade de Salvador com curta temporada, no Teatro Vila Velha, agora conquista o Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia para uma tarde de autógrafos do Bloquinho de Poesias e Músicas da Calu.
A fim de abordar a narrativa de uma menina negra, que a partir das suas histórias contadas no bloquinho cria um universo alternativo carregado de símbolos da cultura afro-brasileira, a performance literária ares de representatividade e afeto, afirmando a importância de falar dos sonhos das crianças negras. De forma lúdica, criativa e transformadora, a programação retrata a transmissão de conhecimento através da oralidade, como contação de histórias, poemas, canções infantis e sarauzinho.
Donminique Azevedo é repórter e editora do Portal Correio Nagô.
