Por Donminique Azevedo
Com espetáculo dedicado à Makota Gilmara Neves, integrante do bloco afro Bankoma, que faleceu dia 03 deste mês, Carlinhos Brown abriu o concerto Pérolas Mistas no último sábado (05), na Concha Acústica, em Salvador.
Acompanhados pela batida dos atabaques e pela sonoridade clássica da Orquestra de Câmara de Salvador, Brown, Lazzo Matumbi, Larissa Luz e Ellen Oléria apresentaram misto repertório que contemplou sons dos terreiros e canções que valorizam a ancestralidade africana.
O concerto, regido pelo maestro Angelo Rafael e com direção artística de Brown e Elísio Lopes Júnior, emocionou a plateia que lotou a Concha. Nesta viagem musical, público e solistas pediram passagem para apreciar e acompanhar as performances do Ilê Aiyê, do Malê de Balê, do Cortejo Afro, do Muzenza, da Banda Didá e do Afoxé Filhos de Gandhy.
“Eu fico muito feliz em saber que a cultura negra sai do gueto e chega aqui na Concha para tanta gente, que até fica bestificada, achando que é algo que se revelou do nada”, o engenheiro Péricles Menezes, 43, referindo-se às apresentações dos blocos afros durante o concerto.
Quem também se sentiu representada foi a vice-presidente do bloco afro Mundo Negro Cariane Freitas, 24. “Brown traz um projeto cultural para as entidades carnavalescas negras participarem. A diversidade cultural existe e Brown é a prova disso”.
“Pérolas mistas são pérolas miscigenadas”, revelou Brown que, a pedido da Orixá Nanã, convidou mais uma pérola mista, o grupo Mukindala, que encerrou o espetáculo.
