Correio Nagô
    Mais editoriais
    • Revista
    • Manchete
    • Politica
    • Raça
    • Internacional
    • Economia
    • Tecnologia
    • Esporte
    Facebook Twitter Instagram YouTube
    • IME
    • Quem Somos
    • Anuncie
    • Apoie
    Facebook Twitter Instagram
    Correio NagôCorreio Nagô
    Novembro Negro 2022
    • Cultura
    • Direitos Humanos
    • Colunistas Nagô
    • Narrativas Negras
    • TV Correio Nagô
    Correio Nagô
    Home»Blog»Covid-19: Mulheres negras e técnicas em enfermagem são as trabalhadoras de saúde em maior risco
    Blog

    Covid-19: Mulheres negras e técnicas em enfermagem são as trabalhadoras de saúde em maior risco

    Correio NagôBy Correio Nagô26 de maio de 2020Updated:26 de maio de 2020Nenhum comentário6 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr WhatsApp VKontakte Email
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    Pesquisadores da Rede CoVida apontam ampla desigualdade técnica e social dos trabalhadores de saúde em nova edição de Boletim

    Texto: Adalton dos Anjos Fonseca, Karina Costa e Raquel Saraiva (Rede CoVida – Ciência, Informação e Solidariedade)*

    As mulheres profissionais da Enfermagem são a principal frente de trabalho no cuidado dos paciente com Covid-19 e por isso constituem o grupo de profissionais de saúde mais vulneráveis. Dentro desse grupo, a maior parte delas é negra, 53%, e técnicas de enfermagem, 60%, ou auxiliares, 20%, sem nível superior. As informações estão compiladas no Boletim CoVida #5, intitulado “A saúde dos profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia de Covid-19”, realizado por pesquisadores da Ufba, Fiocruz/Bahia e outras instituições que formam a Rede CoVida: Ciência Informação e Solidariedade.

    De acordo com o Boletim, as divisões de gênero e raça são bastante diferentes entre médicos e enfermeiros. Metade dos médicos são homens e 77,7% deles são brancos. Já entre os profissionais de enfermagem, 85,1% são mulheres e 53% delas são negras. “Nesta divisão técnica e social deste trabalho, considerando que as enfermeiras têm nível superior e as auxiliares e técnicas têm nível técnico, vamos encontrar uma desigualdade técnica e social”, explicou Ednir Assis, professora e pesquisadora da Escola de Enfermagem da Ufba, durante o lançamento do Boletim.

    As desigualdades de renda e de acesso à informação entre os trabalhadores de saúde também são questões levantadas pelos pesquisadores. “Temos uma base da pirâmide de espalhamento da pandemia que envolve um conjunto muito heterogêneo de profissionais e trabalhadores de saúde. Precisamos levar em conta essa heterogeneidade não só pela questão de ocupação, mas vulnerabilidade social” reflete Carmem Teixeira, professora e pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva da (ISC/Ufba), ao ressaltar à importância de estudar os riscos que correm motoristas de ambulância, maqueiros e até o pessoal que vai sepultar os corpos.

    As condições de trabalho também foi um ponto abordado pelos pesquisadores no Boletim. Extensas jornadas de trabalho, cansaço e estresse têm sido denunciados pelos profissionais. Muitos deles têm apresentado irritação na pele, feridas, infecções secundárias e outras doenças de pele pelo uso da máscara e pela higiene frequente das mãos. Cerca de 97% apresentam lesões que afetam a “ponte” do nariz, mãos, bochecha e testa.

    “Não basta a gente render homenagens ou exaltar os trabalhadores. É necessário que neste momento a gente dê visibilidade a necessidade de garantir os direitos e pondo esses trabalhadores no centro do debate”, defende Isabela Cardoso, professora e diretora do ISC/Ufba. Além disso, algumas questões em relação ao trabalho no setor de saúde já eram antigas, segundo a pesquisadora. “Uma delas é a insuficiência de pessoal e a má distribuição desses profissionais entre estados e municípios. Estamos vendo a questão que Manaus vem enfrentando”.

    Saúde mental

    Aumento da ansiedade, depressão, insônia, maior uso de drogas e medo de se infectar ou transmitir a doença aos familiares são relatos comuns entre profissionais de saúde que prestam atendimento direto aos pacientes. Além disso, a intensa carga de trabalho e o sentimento de impotência geram estresse crônico, exaustão e esgotamento. Também foram relatados como fatores de estresse o cuidado a colegas de trabalho que podem ficar gravemente doentes ou morrer de Covid-19, a escassez de EPIs, que intensifica o medo de exposição ao vírus no trabalho, a necessidade de assumir papéis clínicos novos ou desconhecidos por causa da demanda e o acesso limitado a serviços de saúde mental.

    A tendência é que esses quadros piorem ainda mais num contexto de escassez de mão-de-obra, já que muitos profissionais vêm sendo afastados por contraírem a Covid-19 e o número de pacientes vêm aumentando. O trabalho mostra ainda que as mulheres, as enfermeiras e profissionais envolvidos no diagnóstico, tratamento ou prestação de cuidados de enfermagem a pacientes do novo coronavírus estão entre os grupos mais afetados.

    Propostas

    Com base nos trabalhos analisados, os pesquisadores da Rede CoVida listaram uma série de propostas e ações para proteção dos profissionais de saúde, em especial de enfermeiros, além da adoção de protocolos claros de controle de infecções (padrão, contato, via aérea) e disponibilidade adequada de EPI em seu local de trabalho, incluindo máscaras N95, aventais, proteção para os olhos, escudos e luvas.

    Uma das propostas é a adoção de estratégias que evitem a troca constante de materiais entre os profissionais. Um hospital chinês, por exemplo, aboliu o papel e adotou versões digitais para todos os documentos, incluindo formulário de admissão, prescrições, fichas, registros médicos e resultados dos exames. Nenhum enfermeiro do hospital foi contaminado durante a pandemia na China.

    Outros pesquisadores recomendam que as instalações de assistência médica que empregam enfermeiros devem garantir disponibilidade e uso consistentes de suprimentos de higiene das mãos, fornecer informações atualizadas sobre procedimentos de triagem, isolamento e quarentena com base nas orientações dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

    O combate à pandemia exige sucessivas mudanças na organização e gestão do trabalho dos profissionais de saúde. A adoção de turnos de 6 h de trabalho dos enfermeiros, com superposição de uma hora e a implantação da monitoria online ou presencial do trabalho desses profissionais se mostrou uma medida segura em um hospital na China. Segundo 75% dos profissionais entrevistados, isso diminuiu a colocação e retirada de EPIs e o movimento constante entre áreas limpas e contaminadas.

    A separação de equipes em cuidadores e não cuidadores de Covid-19 é apontada por alguns autores como necessária para reduzir risco de transmissão. Para os cuidadores, há priorização de uso de máscara no cuidado clínico normal e monitoramento duas vezes ao dia da temperatura corporal e eventuais sintomas respiratórios. Cuidados no ambiente também foram destacados, como inclusão de medidas rotineiras diárias a exemplo limpeza das máquinas anestésicas e respiradores, cobertura dos equipamentos médicos com papel filme, instruções para a inserção e retirada das roupas e restrição da área de circulação.

    De acordo com os autores, muitos dos trabalhos analisados citam a necessidade de capacitação dos profissionais como fundamental para padronizar os processos de trabalho das equipes de saúde, desde a correta lavagem das mãos para evitar infecção cruzada, até o treinamento para o manuseio, esterilização, limpeza e descarte corretos dos EPI.

    O Boletim CoVida #5 pode ser acessado neste link: https://covid19br.org/relatorios/boletim-covida-5/

    Sobre a Rede CoVida

    A “Rede CoVida – Ciência, Informação e Solidariedade” é um projeto de colaboração científica e multidisciplinar focado na pandemia de Covid-19. A rede visa ao monitoramento da pandemia no Brasil, com previsões de sua possível evolução. Visa também à produção de sínteses de evidências científicas tanto para apoiar a tomada de decisões pelas autoridades sanitárias quanto para informar o público em geral. É uma iniciativa conjunta do Cidacs/Fiocruz e da Universidade Federal da Bahia (Ufba), com apoio de colaboradores de outras instituições de pesquisa nacionais e internacionais.

    * Autores do Texto:

    Adalton dos Anjos Fonseca é doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas (UFBA), jornalista (UFBA), relações públicas (UNEB). Colabora voluntariamente para a Rede CoVida

    Karina Costa é analista de comunicação do Cidacs/Fiocruz, mestre em Comunicação e Informação em Saúde pela Fiocruz e é editora no Boletim CoVida.

    Raquel Saraiva é graduanda em Comunicação Social (UFBA), bióloga e mestra em Fisiologia (UFBA), editora do blog de divulgação científica Bate-papo Com Netuno. Colabora voluntariamente para a Rede CoVida.

    Publicado em 26/05/2020

    covid CoVida enfermeiras negras fiocruz mulheres negras mulheres negras na saude pandemia Rede CoVida saude da população negra
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr WhatsApp Email
    Previous ArticleCovid-19 na África : países do continente já somam 100 mil casos confirmados
    Next Article Festival reúne mulheres percussionistas para apresentações em casa
    Correio Nagô
    • Website

    Related Posts

    PROGRAMA GRATUITO: voltado para empreendedores e autônomo está com 1.400 vagas abertas

    18 de julho de 2022

    Escritoras discutem fazer literário e poesia preta na programação de julho da Circulação Profundanças

    18 de julho de 2022

    Gastronomia afro diaspórica é tema de novo curso da Escola IC

    18 de julho de 2022

    Um dos maiores grupos de educação do Brasil abre segundo processo seletivo de trainees exclusivamente para negros

    14 de julho de 2022

    Comments are closed.

    Sobre
    Sobre

    Uma das maiores plataformas de conteúdo sobre a comunidade negra brasileira do Brasil, possuindo correspondentes em diversos estados do Brasil e do mundo.

    O Portal Correio Nagô é um veículo de comunicação do Instituto Mídia Étnica

    Editoriais
    • Cultura
    • Direitos Humanos
    • Colunistas Nagô
    • Narrativas Negras
    • TV Correio Nagô
    Facebook Twitter Instagram YouTube
    • IME
    • Quem Somos
    • Anuncie
    • Apoie
    © 2025 Desenvolvido por Sotero Tech.

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.