Correio Nagô
    Mais editoriais
    • Revista
    • Manchete
    • Politica
    • Raça
    • Internacional
    • Economia
    • Tecnologia
    • Esporte
    Facebook Twitter Instagram YouTube
    • IME
    • Quem Somos
    • Anuncie
    • Apoie
    Facebook Twitter Instagram
    Correio NagôCorreio Nagô
    Novembro Negro 2022
    • Cultura
    • Direitos Humanos
    • Colunistas Nagô
    • Narrativas Negras
    • TV Correio Nagô
    Correio Nagô
    Home»Blog»Fim de ministérios põe em cheque conquistas no Brasil
    Blog

    Fim de ministérios põe em cheque conquistas no Brasil

    Correio NagôBy Correio Nagô11 de junho de 2016Updated:13 de junho de 2016Nenhum comentário5 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr WhatsApp VKontakte Email
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    O Diário Oficial da União, desta segunda-feira, 13 de junho, conformou a desembargadora aposentada Luislinda Valois, como titular da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). Filiada ao PSDB, a magistrada baiana é a primeira mulher negra a integrar o governo do presidente interino Michel Temer. Valois foi a primeira mulheres negra a se tornar juíza no Brasil. A SEPPIR é vinculada ao Ministério da Justiça e Cidadania.

    Com a justificativa de acabar com os gastos do governo e equilibrar as contas públicas brasileiras, o governo interino de Michel Temer realizou uma reforma ministerial, que culminou na extinção de 10 ministérios, dos 32 que existiam, e criou outros dois. Entre os extintos, estão alguns que, desde suas criações, marcaram significativas conquistas para a sociedade brasileira nos últimos 13 anos: o Ministério de Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos, além do Ministério da Previdência Social, que passa a ser atrelado ao do Trabalho.

    Fruto das lutas de anos dos movimentos sociais e do movimento negro brasileiro, os Ministérios das Mulheres, da Igualdade Racial, e dos Direitos Humanos, independentes até outubro de 2015, conseguiram colocar em destaque inúmeras políticas de promoção da igualdade racial. Recentemente, em uma publicação, onde são divulgadas as ações desta pasta e as melhorias conferidas a este público, o ex-secretário Especial de Promoção de Políticas de Igualdade Racial, Ronaldo Crispim Sena Barros, afirmou que uma das conquistas do país foi mostrar como o racismo funciona e atacar a raiz do problema, mas que as conquistam foram fruto de muitas reivindicações e lutas. “A cobrança e a denúncia acerca da ausência de políticas públicas para população negra começou a se fazer mais presente, haja vista que, nesse período, a população negra conhecia o Estado apenas pelo seu lado negativo”.

    Ronaldo Crispim Sena Barros ainda falou sobre as conquistas do Movimento Negro. “Neste sentido, as políticas de promoção de igualdade racial têm como marco a luta histórica do Movimento Negro pela superação do racismo e das desigualdades econômicas e culturais no Brasil, cuja culminância se deu em 2001 quando o país participou da Conferência de Durban, passando a ser signatário do Plano de Ação de Durban”, afirma Barros. A partir da Conferência, em 2001, o Brasil cria um órgão específico voltado à promoção da igualdade racial na esfera pública, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).

    A extinção desse ministério tem provocado grande temor dos segmentos organizados da sociedade, pois esta medida pode significar retrocessos de conquistas alcançadas ao longo dos últimos 16 anos, como a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, o sistema de cotas nas universidades públicas, a recente criação de cotas para a Pós-Graduação em universidades públicas federais e a Lei 10.639/03, que estabelece o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana. As ações desse governo também podem comprometer a continuidade de órgãos importantes para a efetividade dessas conquistas, como a Fundação Cultural Palmares. O Governo interino nomeou como presidente do órgão vinculado ao Ministério da Cultura, o economista e administrador Erivaldo Oliveira da Silva, que atua na Bahia com publicidade e consultoria em gestão governamental.

    De acordo com o estudante de Direito da Universidade Federal da Bahia, artista plástico e empreendedor, Ademir Borges, o que o país vive é um “cenário de desmonte dos direitos sociais, adquiridos ao longo da estabilização e posterior ascensão do PT ao centro do poder executivo, que trouxe um projeto menos concentrado no desenvolvimento e renda”.

    Segundo Borges, “a queda da SEPPIR é apenas um demonstrativo da falta de compromisso desse grupo com a maior parte dos habitantes do país, direcionando a outros o direito do Estado”. Dessa forma, o empreendedor acredita que, entre as soluções para trazer o país para os trilhos, devem estar a convocação de novas eleições presidenciais e a criação de medidas colaborativas e coletivas. “Fomentar a colaboração e a autogestão, além do respeito às iniciativas de outras frentes é o desafio desse momento, juntamente com a contenção das medidas econômicas covardes e a ampliação da agenda de desenvolvimento social. Uma boa saída para este impasse seria a realização de novas eleições”, conclui.

    Para a assistente social de formação, militante e pesquisadora das causas de gênero, raça e diversidade, Tamila dos Santos, a extinção desses direitos leva a um retrocesso: “Não há como pensar na extinção desses dois Ministérios (de Mulheres e da Igualdade Racial) sem pensar em retrocesso de direitos, sendo que ambas as pautas, a racial e a de gênero, foram construídas no Brasil, gradativamente, a partir de grande esforço dos Movimentos Sociais. Neste contexto, devemos lembrar, que mesmo com a Constituição Cidadã de 1988, prevendo uma série de avanços nos direitos constitucionais dos cidadãos, as pautas supracitadas só vieram ter notoriedade em 2003, com a criação da SEPPIR e da Secretaria de Políticas para mulheres (SPM), 15 anos após a CF 1988, o que se torna um dado significativo quando consideramos o contexto de violência racial e de gênero que historicamente assola o país.”, afirma.

    A pesquisadora acredita ainda que essas demandas sejam de extrema urgência e reitera: “As demandas precisam de soluções urgentes, ainda mais quando observamos os altos índices de assassinato de jovens negros, de violência doméstica e sexual contra as mulheres, as violações dos espaços sagrados dos Terreiros de Candomblé, os conflitos de terras quilombolas e diversos outros. Dessa forma, é necessário convir que é dever do Estado criar e executar políticas preventivas para lidar com as multifacetas oriundas dessas questões. Assim, a extinção desses Ministérios demonstra a falta de compromisso do Estado brasileiro com a sua população, com a democracia (além de demonstrar a fragilidade da mesma), e com a possibilidade de alcançar algum desenvolvimento social”.

    Em Salvador e em toda Bahia, segmentos diferenciados da sociedade civil têm protestado para o retorno de ministérios importantes. Os movimentos esperam que o governo interino, classificado de “golpista e corrupto”, volte atrás na decisão de extinção das pastas, assim como ocorreu com o Ministério da Cultura, após a enorme comoção da sociedade civil.

    Da Redação

    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr WhatsApp Email
    Previous ArticleHoje, recital Fala Preta celebra a negritude no Cine Teatro Plataforma
    Next Article A estética negra como empoderamento
    Correio Nagô
    • Website

    Related Posts

    PROGRAMA GRATUITO: voltado para empreendedores e autônomo está com 1.400 vagas abertas

    18 de julho de 2022

    Escritoras discutem fazer literário e poesia preta na programação de julho da Circulação Profundanças

    18 de julho de 2022

    Gastronomia afro diaspórica é tema de novo curso da Escola IC

    18 de julho de 2022

    Um dos maiores grupos de educação do Brasil abre segundo processo seletivo de trainees exclusivamente para negros

    14 de julho de 2022

    Comments are closed.

    Sobre
    Sobre

    Uma das maiores plataformas de conteúdo sobre a comunidade negra brasileira do Brasil, possuindo correspondentes em diversos estados do Brasil e do mundo.

    O Portal Correio Nagô é um veículo de comunicação do Instituto Mídia Étnica

    Editoriais
    • Cultura
    • Direitos Humanos
    • Colunistas Nagô
    • Narrativas Negras
    • TV Correio Nagô
    Facebook Twitter Instagram YouTube
    • IME
    • Quem Somos
    • Anuncie
    • Apoie
    © 2025 Desenvolvido por Sotero Tech.

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.