No dia 06 de janeiro de 1872, nascia em Salvador, Bahia, Juliano Moreira, o psiquiatra e cientista negro responsável por revolucionar o tratamento de pessoas com transtornos mentais no Brasil e que lutou para combater o racismo científico. ]
Juliano, que é filho de uma mulher negra que trabalhava em uma casa de aristocratas na Bahia, conseguiu se matricular, aos 13 anos, na Escola Bahiana de Medicina e, aos 18 anos, formado em medicina, apresentou o seu primeiro trabalho relevante “Sífilis maligna precoce“. Cinco anos depois, virou professor substituto da seção de doenças nervosas e mentais da mesma escola.
Viajou o mundo estudando doenças mentais e, ao regressar ao Brasil, foi nomeado para dirigir o Hospício Nacional de Alienados, no Rio de Janeiro. Ao longo de quase três décadas no cargo, ele foi responsável por reformas que priorizavam o atendimento mais humanizado aos pacientes, abolindo o uso de camisas de força, retirando grades de todas as janelas e separando pacientes adultos de crianças. Foi, inclusive, autor da lei que garante assistência do Estado aos pacientes com problemas mentais em 22 de dezembro de 1903.
Além da humanização no tratamento, Moreira foi o principal nome a se opor as teses eugenistas que relacionavam a miscigenação a doenças mentais, defendidas por nomes como Nina Rodrigues e que dominaram o pensamento científico no Brasil durante décadas. Foi Juliano Moreira, então vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências, que recebeu Albert Einstein em sua primeira visita ao Brasil. Juliano Moreira faleceu em 1933, na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro, depois de ser internado para tratamento de tuberculose. Após o falecimento dele, um hospital psiquiátrico na Bahia foi batizado com o seu nome.
