Na noite de 12 de agosto (Dia de Búzios), a capital federal se encheu de encantamento com a apresentação do espetáculo Kindembu, que reúne a performance de cinco grupos culturais da Bahia (Ilê Aiyê, Muzenza, Malê Debalê, Cortejo Afro e Filhos de Gandhy), em uma experência de sons, cores, ritmos, movimentos, imagens e muita beleza.
Cada um deles apresentado em seus conteúdos, conceitos, discursos e linguagens, seja a religiosidade marcante do Ilê Aiyê e Gandhy, a sensualidade do reggae do Muzenza, a contemporaneidade do Cortejo Afro, a explosão cênica Malê. Muitas luzes, danças e imagens sonoras, como são as noites do carnaval negro da Bahia.
O encantamento se completou no diálogo do som percussivo baiano com artistas que afirmam a presença da música negra em Brasília: as cantoras Ellen Oléria, Dhi Ribeiro e Teresa Lopes, o Rapper Japão, o grupo Filhos de Dona Maria e a percussão feminina do Batalá.
O entrosamento foi perfeito e a resposta do público foi dada no embalo de palmas, cantos, registros e danças que soltavam das cadeiras.
Elísio Lopes, o diretor artístico de Kindembu, acertou em tudo, especialmente em se cerca de talentos raros como o de Zebrinha (coreografia), Alberto Pitta (figurino), Jarbas Bittercourt (a direção musical), VJ Dexter (projeções) para ficar em alguns nomes, dessa grande empreeitada artística, com mais de 50 trabalhadores da cena.
Kindembu é origem, Tempo de Criação, daí a montagem do torço, os percussionistas na palma, a rainha grávida … marcações de um começo que se renova.
Que Kindembu visite outras terras, espalhe seu encanto e lance luzes sobre as artes negras de cada canto desse mundo.
Texto e fotos: André Santana
