Concomitante à data ‘oficial’ da abolição da escravatura, que ocorreu em 13 de maio de 1988, a Rede de Mulheres Negras da Bahia, articulada com organizações que fazem parte da rede no território baiano, promove na próxima quarta-feira, a 1ª edição da Marcha de Mulheres Negras da Bahia Contra o Racismo e a Violência e Pelo Bem Viver. Com concentração em frente ao Bahia Café Hall, às 9h, as mulheres irão marchar até o Centro Administrativo da Bahia (CAB) contra as desigualdades que atingem a população feminina, norteadas pelo manifesto publicado com a pauta do movimento.
Esta primeira edição também faz parte do movimento nacional que se reúne na próxima segunda-feira, 18, e acontece de maneira independente, ou seja, sem apoio de órgãos governamentais. Com o tema “2015 motivos para marchar contra o racismo, a violência e o fim do genocídio da juventude negra e pelo Bem Viver das mulheres negras”, a marcha visa consolidar a agenda dos movimentos de mulheres negras na luta contra o racismo. “É a primeira vez que as mulheres baianas estão marchando. Nós [mulheres] que fizemos parte de todo o processo de revoltas e mudanças sociais precisamos estar presente em todos os espaços de decisões”, alerta Lindinalva de Paula, uma das organizadoras da marcha.
Na pauta, o movimento reivindica a favor de melhores atendimentos e acesso à saúde de qualidade às mulheres negras e penalização da discriminação racial e sexual, além da garantia dos direitos das trabalhadoras domésticas. As manifestantes exigem também o fim da concentração do poder estruturado pelo racismo, machismo patriarcado e lesbofobia, contra a violência doméstica, feminicídio, bem como a promoção da violência simbólica provocada por veículos de comunicação, as revistas vexatórias em presídios e a agressão sumária às mulheres negras em casas de detenções.
Embora as causas estejam apontadas para o gênero feminino, na pauta constam reivindicações que denunciam a desigualdade de maneira geral no que tocam temas como a luta pela terra e pelos territórios, a garantia do acesso à moradia digna, acesso à educação pluriétnica, fim dos critérios racistas e sexistas no ambiente de trabalho e a titulação e garantia de terras quilombolas.
erviço:
O que: 1ª Marcha de Mulheres Negras da Bahia
Quando: 13 de maio de 2015, 9h
Onde: Centro Administrativo da Bahia (CAB). Concentração no Bahia Café Hall
Quem: Rede de Mulheres Negras, mulheres negras de todos os territórios da Bahia
Por que: Denunciar as iniquidades e as múltiplas violências provocadas pelo racismo e sexismo, conquistar visibilidade, reconhecimento social, político, direitos e cidadania plena.
