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    Na pandemia, escola dá aula de resistência pela educação

    Correio NagôBy Correio Nagô29 de agosto de 2020Updated:29 de agosto de 2020Nenhum comentário5 Mins Read
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    Estudantes da Escola Mãe Hilda antes do isolamento _ Foto: Soteropolitanos da Liberdade

    Criada em 1988, no terreiro Ilê Axé Jitolu, no Curuzu, a escola comunitária Mãe Hilda mantém o legado da sua fundadora, a iyalorixá Hilda Dias dos Santos (1923-2009), e possibilita educação gratuita para as crianças do bairro.

    O terreiro é o mesmo onde em novembro de 1974 nasceu o bloco afro Ilê Aiyê, que revolucionou o carnaval de Salvador em um processo de reafricanização, dando origem a outras entidades culturais e a todo um movimento de empoderamento negro.

    Mãe Hilda exerceu um papel fundamental na criação do Ilê Aiyê e nos projetos de educação que marcam a história do bloco. O espaço do terreiro, utilizado para as reuniões da entidade, também serviu para as aulas de alfabetização das crianças do bairro.

    Senzala do Barro Preto. Acervo Ilê Aiyê

    Em 2003, o Ilê Aiyê inaugurou sua sede própria, a Senzala do Barro Preto. O prédio, a poucos metros do terreiro Jitolu, passou a abrigar os ensaios dos bloco e a Escola Mãe Hilda. A sede também já ofereceu cursos como gastronomia – há um espaço apropriado para uma cozinha escola -, eletricidade predial, estética, entre outros. O sonho de educação da matriarca se ampliou.

    Mesmo com todas as dificuldades, inclusive com a pandemia, a escola continua a oferecer conteúdos de valorização das heranças africanas e de autoestima do povo negro.

    “A escola é totalmente mantida pelo Ilê Aiyê. As professoras e funcionários que atuam aqui sabem da dificuldade do bloco em conseguir apoio para os projetos e fazem com muita dedicação”, explica a pedagoga Hildelice Benta dos Santos, filha caçula de Mãe Hilda, que sucedeu à mãe na direção da escola e também como iyalorixá do terreiro Ilê Axé Jitolu.    

    Como exemplo, a diretora destaca que, neste momento de pandemia, as professoras estão utilizando o celular, para que as crianças não percam o vínculo com a escola e com os estudos.

    Hildelice e a irmã, Hildemária dos Santos (falecida em 2003), foram as primeiras a atuarem como professoras, auxiliando a mãe na concretização do sonho de ver as crianças do Curuzu estudando, enquanto seus pais e mães trabalhavam.

    Registro dos anos iniciais da Escola Mãe Hilda _ Acervo Ilê Aiyê

    Atualmente a escola comunitária Mãe Hilda possui 80 crianças matriculadas, de 4 a 11 anos. Além de formação gratuita, a escola oferece o fardamento e lanche diário. Algumas crianças ainda participam das oficinas de dança, canto e percussão oferecidas pela Band´erê, projeto de educação do Ilê Aiyê.

    “Muitos que já passaram pela escola Mãe Hilda já estão adultos, alguns trazem seus filhos e irmãos menores. Da Band´erê saíram músicos que hoje estão pelo mundo. O Ilê que deu régua e compasso”, diz Mãe Hildelice Benta.

    A preocupação da entidade neste momento é a manutenção da sede e dos projetos. O imóvel foi penhorado pela justiça por conta de um processo trabalhista movido por um ex-cantor. A causa, avaliada em mais de R$300 mil, já foi julgada em última instância e o Ilê não pode mais recorrer. O bloco vem realizando uma vaquinha virtual e busca formas de apoio para sanar a dívida.

    Aulas pelo celular

    A pedagoga Tairine Maria Santana, 29 anos, está na Escola Mãe Hilda desde 2012. Ela conta que sua história de amor ao Ilê é desde a barriga da mãe, uma foliã apaixonada pelo bloco. Os laços afetivos com a entidade se fortaleceram com a atuação na escola Mãe Hilda e também pela iniciação no Terreiro Jitolu. 

    Tairine Maria Santana e a turma da Escola Mãe Hilda. Acervo Pessoal

    A professora diz que, com a pandemia, tiveram que se reinventar. “As crianças são muito carentes e possuem poucos recursos tecnológicos. Então apostamos no celular. Cada turma criou um grupo de whats´app com os responsáveis”, detalha.

    Por meio do celular são enviadas as atividades e são realizadas chamadas de vídeo. Os estudantes devolvem as tarefas também por meio de imagens registradas pelo aparelho e compartilhadas pelo aplicativo.

    “Algumas vezes na semana nós imprimimos as atividades e os pais vem buscar aqui na escola. Houve resistências de alguns, mas com muito diálogo fomos convencendo. O mais importante é a atenção aos alunos. Alguns enviam mensagens de saudade, demonstrando a falta que a escola e contato com os colegas fazem”.

    Tairine Maria aos três anos: amor pelo Ilê vem de berço. Acervo Pessoal

    Tairine destaca que o diferencial da escola é a questão da africanidade, a conscientização do negro e a luta contra o racismo. “Aqui trabalhamos com a autoestima e a valorização das crianças por meio de personalidades como Nelson Mandela e a própria Mãe Hilda”, conta. As turmas visitam o terreiro onde a escola começou e conhecem a história do bloco. “Sem nenhuma apologia religiosa. Aqui se aprende o respeito”, ressalta.

    Sobre a possível perda da sede, a professora diz que pensa muito nas crianças e em todo trabalho que vem sendo realizado e que não pode ser perdido. “Aqui é uma casa para muitas delas, que aprendem, brincam, são acolhidas de verdade”.

    A fala de Tairine é de quem também se sente grata à atuação do bloco.  “O Ilê me deu a conscientização de quem eu sou, me deixou mais preparada para me defender do preconceito, desde criança. Aprendi que meu cabelo não era duro, era crespo. Duro é a maldade das pessoas racistas”.

    Texto: André Santana, publicado em 28/08/2020

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