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    Negra, Trans, Feminista: Thifany Odara

    Paulo RogerioBy Paulo Rogerio17 de outubro de 2017Updated:17 de outubro de 2017Nenhum comentário5 Mins Read
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    Por Rosângela Accioly

    Na coluna anterior intitulada “Por que discutir gênero nas escolas?”, falamos um pouco sobre o conceito de gênero, a importância da inclusão das discussões acerca da diversidade na escola e como a ausência destas influenciariam nas futuras gerações, quando as mesmas continuam a reproduzirem aspectos do racismo, das LGBTfobias, da intolerância as diferenças, a questão da violência contra a mulher, o papel da escola que pretende ser cidadã, dentre outros aspectos. Aqui vamos dar continuidade ao nosso papo sobre Gênero e Diversidade na escola, agora também numa perspectiva antirracista.

    Hoje, trago um relato de Thifany Odara, ela se conceitua como trans feminista negra. Bem, para iniciar este diálogo é preciso conceituar alguns debates epistemológicos, localizarmos posicionamentos, políticas públicas e realidade, ou seja, nossa entrevistada, é uma exceção a regra; ter terminado um curso de nível superior não é comum para homens e mulheres ‘trans’.

    Um dos fatores que podemos identificar é a intolerância, pois têm sido elementos antagônicos ao valor das diferenças, com relação à orientação sexual, que é uma possibilidade legítima de cada um, entretanto o que se vê é a flagrante violência física e simbólica, que tem negado este espaço de debate e afirmação, a partir da ideia de hétero normatividade.

    Thiffany: O fato de ser Gay afeminada me trouxe reações de discriminação no âmbito escolar desde cedo, e isto me afastou do espaço escolar, mas a minha inclusão no Terreiro São Jorge da Goméia em trabalhos socioeducativos, me trouxeram de volta ao meio acadêmico, mesmo assim, durante o curso de graduação, ouvi de uma professora da universidade que – pessoa do meu ‘tipinho’, não era para estar ali.

    Espantoso? Não, bastante comum, pois no campo da ‘moralidade escolar’, a frase que foi dita pela professora tem muito desse currículo opressor, repressor, machista, homofóbico, sexista, etc, ou seja, a escola não é lugar das diferenças. Mas ora, a diferença é um elemento constituidor de nossa humanidade. Mas nossa entrevistada reivindica seu espaço, pois teve a oportunidade socioeducativa de participar de um projeto social que inclui jovens na territorialidade de Portão, o que LUZ (2001) vai denominar de: “Palmares simbólico, reelaborado ao longo desses séculos, adaptando e reestruturando novas estratégias de insurgência que incorporam o espaço urbano industrial.” Este foi o papel do Terreiro São Jorge da Goméia, neste contexto de inserção de jovens negros/as.

    Assim entendemos que, toda essa problemática é uma questão de ordem social, da qual se exige uma política pública direcionada a este setor da sociedade, como por exemplo, políticas de incentivo a permanecia nos cursos de nível superior. Podemos também trazer para ao debate, que a escola Normal da Bahia foi criada para as normalistas na Bahia, “um ano depois da insurreição Malê” (LUZ, 2005, P. 27) com o objetivo de ingressar mulheres na vida profissional como professoras, muito confortável a escolha dessa profissão para uma sociedade racista, patriarcal, machista e sexista. Que não admitia/admite a equidade racial e de gênero. Para além desse aspecto, podemos levar em consideração que, a função desse tipo de escolar foi o de “docilizar as futuras gerações herdeiras de Nzinga”, (LUZ, 2005, p. 27). Reivindicar este lugar tido unicamente para mulheres, cobrou de nossa entrevistada uma postura de enfrentamento a vários tipos de violência e de preconceito.

    Thiffany: “Durante minha trajetória acadêmica reivindiquei minha transexualidade, fui mãe e assumi meu nome social. Neste momento aparece a fala de um dos alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos). No estágio, um aluno de religião protestante, perguntou – Este é seu ‘nome de guerra’?”

    Com certeza, esta dúvida está relacionada às formas de trabalho que muitas mulheres trans, como Thifany, são obrigados/as a estarem inseridas/os na sociedade, um lugar de exclusão e subalternidade profissional, em razão dessa descontinuidade na vida estudantil, que nega a esta população o direito a outras profissões.

    Por outro lado, temos a história de Alan Turing, cientista da computação, matemático, e criador da chamada “Máquina de Turing”, ou seja, um homem preparado academicamente, que foi desprezado pela sociedade por sua sexualidade e acabou por suicidar-se, no ano de 1954, em razão da rejeição que sofreu. Então é preciso construir vários enfretamentos, não somente o direito ao ingresso desses estudantes, mas sua permanência e inclusão no mercado de trabalho.

    Essa discussão como um todo, é jovem do ponto de vista do debate acadêmico, o conceito da homossexualidade, por exemplo, não chega há ter 200 anos ainda. Entretanto sabe-se que muitas dúvidas permeiam a cabeça dos educadores/as como: o que é orientação sexual e identidade de gênero? Toda via, a forma mais clara possível  que pode-se afirma é: a orientação sexual é o desejo que uma pessoa tem por um homem ou mulher, por ambos, ou por nenhum, o que se difere é de identidade de gênero. O primeiro tem a ver com o desejo e o outro com os códigos sociais, toda via a sociedade insiste em classificar o comportamento sexual pela anatomia e genética ou hierarquia moral.

    Finalizo meu texto informando ao leitor/a, a primeira de muitas conquistas de nossa entrevistada, com suas próprias palavras.

    HOJE TENHO O TÍTULO DE PRIMEIRA MULHER TRANS FEMINISTA NEGRA FORMADA PELA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – Thifany Odara

    O conteúdo desta coluna é de responsabilidade da autora.

    MESTRA EM EDUCAÇÃO PELO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EDUCAÇÃO E CONTEMPORANEIDADE GANHADORA DO PRÊMIO PRÊMIO ORIRERÊ CABEÇAS ILUMINADAS REALIZADO PELA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ E CENTRO CULTURAL HUMAITÁ, AUTORA DO LIVRO AWO OMODÊ – UDUNEB

     

    gênero transexualidade
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