Correio Nagô
    Mais editoriais
    • Revista
    • Manchete
    • Politica
    • Raça
    • Internacional
    • Economia
    • Tecnologia
    • Esporte
    Facebook Twitter Instagram YouTube
    • IME
    • Quem Somos
    • Anuncie
    • Apoie
    Facebook Twitter Instagram
    Correio NagôCorreio Nagô
    Festival Afro Futurismo
    • Cultura
    • Direitos Humanos
    • Colunistas Nagô
    • Narrativas Negras
    • TV Correio Nagô
    Correio Nagô
    Home»Blog»Negros e dinheiro são mesmo inimigos?
    Blog

    Negros e dinheiro são mesmo inimigos?

    Paulo RogerioBy Paulo Rogerio23 de maio de 2018Updated:23 de maio de 2018Nenhum comentário6 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr WhatsApp VKontakte Email
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    23/05/2018 | às 19h00

    Negros no Brasil são maioria como empreendedores e como empresários. No entanto, a grande fatia do bolo não fica na comunidade negra, lógica que há séculos afrodescendentes tentam quebrar para romper com a falsa ideia de que negros e dinheiro são inimigos.

    Movimento Black Money reúne estratégias para manter a circulação do dinheiro dentro da comunidade negra. FOTO: NAPPY

    Alguns movimentos pelo mundo estão ressignificando a participação da população negra na economia. O Movimento Black Money é um deles. Com origem nos Estados Unidos, a iniciativa está chegando ao Brasil de forma tímida, mas com formato próprio.  

    De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), os negros correspondem à maioria dos empresários do País. Entretanto, possuem o que corresponde à metade do empresário branco. Isto porque os negros geralmente empreendem em setores de menos lucro. 

    Maria Alice, 23, mora em Cajazeiras, trabalha na lanchonete da mãe e prefere consumir de empreendedores negros por conta do menor preço e para potencializar a economia do bairro onde mora que, segundo ela, a maioria das produções são realizadas por pessoas negras. 

    O publicitário e cofundador da Aceleradora Vale do Dendê, Paulo Rogério, chama a atenção para o caso brasileiro:  “O black money está chegando no Brasil para pensar essa economia negra, que surge das comunidades e que tem a ver com um novo olhar sobre a participação econômica dessa comunidade”.

    “A comunidade negra não foi protagonista de nenhum ciclo econômico no Brasil” – Paulo Rogério (Vale do Dendê)

    Ouça o podcast com Paulo Rogério:

    FAÇA SUA HISTÓRIA NEGRA AGORA

    Articulando estratégias mais diretas de inserção da comunidade negra na economia, afro-americanos criaram, entre si, um movimento de incentivo para migrar investimentos de bancos brancos para bancos negros, que ficou conhecido como o Bank Black Challenge – ou Desafio do Banco Negro.

    Sim, no Tio Sam há bancos de propriedade negra.  O OneUnited, por exemplo, é atualmente  o maior banco de propriedade de negros e primeiro banco de internet negro dos EUA. 

    Print de uma imagem da home do OneUnited Bank.

    Quando um dos primeiros bancos, com esse recorte foi fundado, o  Unity Bank, em 1968, já existiam 14.000 bancos comerciais nos Estados Unidos, dos quais apenas 20 eram controlados pelos negros.  “O Banco com um Propósito!”, era o slogan do Unity Bank. 

    EMPREENDEDORISMO COM PROPÓSITO

    Apesar da falta de bancos comerciais com recorte étnico e da dificuldade de acesso ao crédito, redes de colaboração no Brasil sempre existiram. São dessas fontes que afrobrasileiros bebem, comem, vestem e geram renda.

    A Feira Preta, por exemplo, é considerada como o maior evento de empreendedorismo negro da América Latina. Idealizada por Adriana Barbosa, a iniciativa já existe há 16 anos. No início era apenas um espaço, em São Paulo, onde ela e a amiga vendiam roupas que não usavam mais e logo depois ganhou a proposta de feira, onde a ideia era vender produtos feitos por pessoas negras para pessoas negras. De 2002 para cá, a Feira Preta viveu momentos de altos e baixos e resistiu para existir no cenário de São Paulo. Hoje, ganhou escala e já chegou também no Rio de Janeiro, Brasília e São Luís, e já arrecadou cerca de 4,5 milhões para 900 expositores.

    Na Bahia, despontou há um ano o Afrobox, primeiro box multimarcas do Brasil focado em moda afro. Idealizada por Yan Ragede, a iniciativa nasceu em Salvador e reúne marcas que trabalham com moda e acessórios. Segundo Yan, ele decidiu criar a Afrobox e convidar afroempreendedores de moda afro em Salvador por conta das barreiras sofridas pelo empreendedor negro, principalmente aqueles que trabalham com moda e acessórios, pois existe ainda a dificuldade de locais adequados para os produtos, além da questão de preço e identidade.

    “Logo após decidi dedicar a minha vida a combater o racismo e como forma estratégica vi que a melhor saída seria através do empreendedorismo” – Yan Ragede (Afrobox)

    Historicamente, desde a diáspora africana que existem iniciativas e formas de os negros se organizarem e colaborarem entre si. Um grande exemplo, citado por Yan, é a Sociedade Protetora dos Desvalidos, que foi criada por um grupo de homens negros com o objetivo de comprar cartas de alforria para ajudar os escravizados a conseguirem sua liberdade.

    Com isso, o empreendedor afirma que não considera a Afrobox como um modelo inédito, segundo ele, o diferencial da marca foi a coragem de colocar a cara na rua e convidar afroempreendedores assumindo critérios pautados em dados estatísticos que comprovam a importância disso. “Todo esse contexto é só para elencar que o Black Money, assim como o empreendedorismo negro, não é algo inédito, e o Afrobox, assim como outros coletivos negros são representações de nossos ancestrais que sempre lutaram pela emancipação”, afirma Yan.

    BLACK MONEY DO GUETO

    Segundo pesquisa do Data Favela para o Sebrae, de cada 10 moradores das favelas brasileiras, 4 tem vontade de empreender. Ainda de acordo com o estudo, 12,3 milhões de pessoas vivem nas favelas do Brasil e movimentam uma economia de 68,6 bilhões.

    Mesmo se dividindo entre o trabalho fixo em um restaurante, Adriano Soares tirou o sonho de ser empreendedor do papel. Morador do bairro Nordeste de Amaralina, em Salvador, criou uma marca de roupas Produto Dugueto, com a proposta de fazer algo da favela, pensando em uma estética que dialogasse com as coisas que esse público quer e não encontra. 

    Campanha de divulgação da Produto Dugueto
    FOTO: @helesalomao

    “É o que eu realmente gosto de fazer, mas me limito por causa do meu trabalho fixo. Tem questões de entrega, tempo para comprar e até participações em eventos grandes que eu precisei recusar por causa do trabalho fixo”, afirma. Mas o jovem negro não desanima, segundo ele, a marca já está em boa parte do Brasil e já lançou uma coleção no Rio que fez muito sucesso e já possui uma porcentagem de seguidores quase chegando aos números de Salvador. “Isso é bom porque favela não é só aqui, favela é em todo lugar”, finaliza ele.

    Ashley Malia é repórter-estagiária do Correio Nagô, com a colaboração e supervisão da jornalista Donminique Azevedo

    black money
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr WhatsApp Email
    Previous ArticleCasa do Mídia Étnica recebe projeto Crianças Hackers neste sábado (26)
    Next Article Workshops e seminários gratuitos marcam Semana da África
    Paulo Rogerio

    Related Posts

    PROGRAMA GRATUITO: voltado para empreendedores e autônomo está com 1.400 vagas abertas

    18 de julho de 2022

    Escritoras discutem fazer literário e poesia preta na programação de julho da Circulação Profundanças

    18 de julho de 2022

    Gastronomia afro diaspórica é tema de novo curso da Escola IC

    18 de julho de 2022

    Um dos maiores grupos de educação do Brasil abre segundo processo seletivo de trainees exclusivamente para negros

    14 de julho de 2022

    Comments are closed.

    Sobre
    Sobre

    Uma das maiores plataformas de conteúdo sobre a comunidade negra brasileira do Brasil, possuindo correspondentes em diversos estados do Brasil e do mundo.

    O Portal Correio Nagô é um veículo de comunicação do Instituto Mídia Étnica

    Editoriais
    • Cultura
    • Direitos Humanos
    • Colunistas Nagô
    • Narrativas Negras
    • TV Correio Nagô
    Facebook Twitter Instagram YouTube
    • IME
    • Quem Somos
    • Anuncie
    • Apoie
    © 2025 Desenvolvido por Sotero Tech.

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.