Na última sexta-feira (31), populares impediram que agentes da Polícia prendesse o estudante Caio Oliveira Coutinho, na Praça da Piedade, Centro de Salvador. De acordo com testemunhas, o jovem, com farda escolar, foi abordado, após tentar atravessar uma faixa de pedestres na avenida Sete de Setembro, próximo ao prazo de fechamento de sinal. Nesse momento, uma pick-up prata avançou e o estudante levantou os braços em protesto como se perguntasse: ‘vai me atropelar?’. Os policiais desceram do veículo, que não possuía identificação, mandaram Caio encostar, colocar as mãos na cabeça e revistaram seus pertences.
Mesmo sem motivo aparente, os policiais tentaram levar o jovem do local, mas a população reagiu com veemência à ação e conseguiu impedir a prisão de Caio. Poucos minutos depois uma guarnição da Polícia Militar foi ao local e levou Caio para a 1ª Delegacia (Barris) por desacato à autoridade. Parte das testemunhas se dirigiu para a delegacia. Uma delas chamou um advogado para defender o estudante. Na delegacia, a ocorrência por desacato foi descartada e, no final da tarde, o jovem foi liberado e preferiu não prestar queixa contra os policiais, nem dar entrevista. Estava muito nervoso.
Fotos: Almiro Lopes
Com informações do Correio*
Reaja – Não é de hoje, que a população reage a ações policiais injustificadas. No caso de Caio Coutinho, a reação foi imediata e impediu que o jovem fosse acusado de um crime que não havia cometido. Reagir a fatos como esse é o alerta feito pela Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto, que completa 10 anos em 2015 e está mobilizando a sociedade a marchar, no dia 24 de agosto, contra a truculência do Estado, através da força policial, um mecanismo que vitimiza os negros em todo o país. A III Marcha Internacional contra o Genocídio do Povo Negro começa com a concentração às 15h, no Largo dos Aflitos, em Salvador.
