09/02/2018 | às 13h43
Por Donminique Azevedo
Após a morte do pai, o Rei de Wakanda, T’Challa volta para casa, na isolada e tecnologicamente avançada nação africana para a sucessão ao trono e para ocupar o seu lugar de direito como rei.
Parece apenas mais um roteiro de filme inspirado na vasta lista de personagens da editora de quadrinhos Marvel Comics. Mas não é! Pantera Negra é mais que uma narrativa de aventura. Extrapola os pixels da telona, pois estamos falando do primeiro super-herói negro, de origem africana, a protagonizar um filme solo nos cinemas.
Representatividade que nos ajuda a compreender por que a comunidade negra está organizando “rolezinhos” em diversas capitais brasileiras para assistir Pantera Negra.
No último dia 06, a pré-estreia do filme em São Paulo mudou o tom, literalmente, do Cinépolis JK Iguatemi. Youtubers, artistas e pesquisadores negrXs vibraram com o lançamento.
“O filme nos representa de todas as formas possíveis e imaginárias. O diretor conseguiu colocar elementos históricos que explicam de onde nós viemos e aonde nossos ancestrais teriam chegados, se não tivesse sidos saqueados. É um filme icônico. Não é apenas entretenimento. Todo mundo deve assistir. É fantástico! Mostra quem somos!”, festeja a changemaker Egnalda Cortês – responsável por uma agência criadores negros, na capital paulista.
BONDE PRETO
Em Salvador, quase 200 pessoas confirmaram presença no “Bonde Preto na Estreia Do Filme Pantera Negra“. O “rolê”ocorrerá na próxima quinta-feira (15), às 20h, no espaço de Cinema Glauber Rocha.
“Esse evento de maneira colaborativa estará a disposição para todo tipo de informação e para fazermos muito berro, e comemorar esse filme que nos traz a sensação de representatividade dentre vários outros sentimentos. Sim, vai ter coisa de preto sim, porque Salvador vai parar”, diz descrição do evento no Facebook.
NEGRO E MILITANTE DEMAIS
Quando do lançamento do trailer do filme, choveram “acusações” de que o filme é racista porque o elenco é “negro e militante demais”. O vídeo chegou a bater 89 milhões de visualizações nas primeiras 24 horas. Foram 466 mil novas conversas nas redes sociais na semana de estreia nos EUA.
Veja fotos da pré-estreia em Sampa, enviadas pela Casé Assessoria. Créditos: Rodrigo Trevisan
* Graduada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Faculdade Social (2011) e pós-graduanda em Gênero, Raça e Sexualidades pela Universidade do Estado da Bahia, Donminique Azevedo busca unir as duas áreas de formação para pautar o tema da diversidade. Como editora e repórter do Portal Correio Nagô, integrando o Instituto de Mídia Étnica, aborda a temática afro a fim de combater o racismo, por meio do trabalho jornalístico.
