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    Home»Esporte»Rumal Ekissa, por Antônio Carlos Ferreira
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    Rumal Ekissa, por Antônio Carlos Ferreira

    Correio NagôBy Correio Nagô22 de junho de 2014Updated:22 de junho de 2014Nenhum comentário5 Mins Read
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    *Artigo escrito em 2006 que serve ao contexto atual

    “Pão e circo consumados, o governo decretou feriado nacional após a conquista do título.”  Isto não é a manchete dos jornais do Brasil do dia 10 de julho de 2006 prevista por antecipação por alguma vidente de plantão. É uma matéria que reconta a história da Copa de 1930.  E a cada Copa que se anuncia, logo surgem estes comentários:

    – Estão fazendo muita festa de antemão, os jogadores estão de salto alto, não vão ganhar a Copa.

    – O país pára para ver a Copa e os preços aumentam, os escândalos políticos são abafados, os crimes de colarinho branco são engavetados.

    Alguém viu alguma Copa que foi diferente? Sim, durante o regime militar, não dava para estampar estes pensamentos nas manchetes nem para se ter livre expressão porque tinha a Censura, o DOI-CODI (doía até no nome), a prisão, a tortura, a morte. Era “Brasil, ame-o ou deixei-o”.

    bolanarede_brasil

     Neste prenúncio de Copa 2006*, para não fugir à regra, circula na Internet uma mensagem de e-mail que usa como ponto de partida uma imagem pintada numa parede, por meio da qual o artista-torcedor expressa sua paixão pelo futebol e sua expectativa pela conquista de mais um título mundial. A mensagem afirma que, enquanto o povo analfabeto (Rumal Ékissa traduz-se como Rumo ao Hexa). se deslumbra com o pão e circo, o mensalão, a greve de fome do Garotinho e diversos outras questões de importância para o país ficam esquecidas e a sujeira vai para debaixo do tapete ou do gramado, com queiram.

    Alguns textos similares, retrocedem à Roma antiga para explicar o que era a política do pão e circo e comparam o Coliseu aos modernos estádios de futebol.   E terminam sempre por apregoar que devemos esquecer a Copa,  que se contundam todos os nossos jogadores, que seja campeã a Argentina ou desta vez  a Alemanha que é a dona da casa e que não tem tantos problemas sociais a resolver. Dizem que aqui a gente precisa de pão de fato, de saúde, e emprego e, enquanto estas necessidades não estiverem atendidas, devemos  tirar este sorriso idiota da cara que a nossa situação é de choro e vela. A Copa, o hexa, as vitórias no campo esportivo, principalmente, são para estes, ouro de tolo.

     Eu não vou bancar o cara que faltou à aula de história, nem vou fazer como o governador de São Paulo que disse que estava “tudo sob controle”, mas eu me pergunto se este discurso extremista do “esqueçam a Copa” é mesmo a melhor saída. E vou ousar traçar aqui alguns paralelos quiçá estapafúrdios na visão de alguns, mas não na minha. O sociólogo Betinho, uma vez tendo descoberto que tinha o vírus HIV, tratou de cuidar da sua doença, do seu mal, mas acima de tudo, até que a morte o levou, ele carregou suas baterias com a alegria de criar um projeto que transcende a sua existência. Debaixo das pontes, nos sinais de trânsito, vemos crianças pobres que, mesmo na miséria, na fome e no frio, encontram ainda alguma razão para sorrir de vez em quando e um pedaço de pau para brincar. E os “Doutores da Alegria”descobriram que, os doentes nos hospitais além de cuidados médicos,  e remédios precisam também de um motivo para sorrir, precisam de alguns momentos de felicidade para enfrentarem a doença com mais energia e vontade de viver. Tenho amigos brasileiros vivendo em países de primeiro mundo e quase todos comentam que falta lá, na Alemanha inclusive, a alegria de viver, a espontaneidade, a pulsão para a vida. Esta alegria estampada na cara que impressiona os gringos que aqui chegam e às vezes nem voltam mais. E isto me lembra que um dia conversando com um norueguês sobre o alto índice de suicídios nos países escandinavos, que têm todos alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), deixei-o com a seguinte provocação/reflexão “nós aqui vivemos na m..e vocês lá é que se suicidam?”

    Bem, o que eu quero dizer é que precisamos de educação, de comida,de emprego, de saúde  e que não acho que ganhar a Copa é mais importante que tudo isso.  Mas também não vou torcer para Daiane dos Santos voltar para casa sem medalhas, nem vou pleitear que extingam a CBF e a seleção porque não vejo nisso a solução para os nossos problemas. Rumo ao Hexa, SIM. E que ganhemos, que elevemos nossa auto-estima como cidadãos  brasileiros. Que a “corrente para frente” que a união provocada pela Seleção, possa ser usada como mola propulsora nas demais reivindicações que temos como povo seja perante o próprio governo, a OMC, a ONU, os americanos, o mundo.

     Antônio Carlos Silva Ferreira é  administrador, especialista em Política e Estratégia, mestrando em Relações Internacionais e blogueiro do Portal Correio Nagô. Esse artigo foi escrito para a Copa  de 2006, mas se aplica ao contexto da Copa do Mundo no Brasil em 2014. 

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